Café: um grão milagroso?
Bildunterschrift: Café não é só cafeína!
Não há motivos para pânico ou para a supressão absoluta da bebida da vida diária. Quem aprecia um bom café pode continuar a bebê-lo tranqüilamente: recentes pesquisas revelam que o seu consumo pode ser um novo aliado no surgimento e combate a doenças.
Alguns estudos americanos mostram que o café previne o mal de Parkinson porque estimula a produção de dopamina. O seu consumo regular também parece retardar o aparecimento de Alzheimer. Aparentemente, pode até prevenir doenças do fígado, especialmente as produzidas pelo excesso de peso e o consumo excessivo de álcool.
Alessandra Tavani, do Instituto de Pesquisas Farmacológicas Mario Negri, de Milão, constatou que “quanto maior o consumo de café, menor é a presença de moléculas indicadoras da cirrose hepática”. Tavani acredita que o café seja uma preciosa fonte de agentes antioxidantes, os quais ajudam a retardar a morte e o envelhecimento celular.
Em outros casos, os resultados são surpreendentes. Cientistas canadenses descobriram que o consumo de seis xícaras do produto ao dia reduz o risco de câncer de mama em 70%. Também parece poder prevenir o câncer de bexiga e de intestino, tudo graças aos antioxidantes. Além disso, pesquisas da Universidade de Rotterdã comprovam que o café ajuda a reduzir o risco de se contrair diabetes.
Será que o café se converteu em uma bebida milagrosa? “Os estudos não comprovam os efeitos mencionados com 100% de exatidão, mas indicam que pode melhorar a saúde”, completa Pfeiffer.
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Café: um remédio natural contra o mau-humor e a depressão
Todos parecem conhecer bem o efeito excitante do café, provocado pela cafeína que inibe a adenosina, um tranquilizante natural do organismo. Mas o que é ainda pouco divulgado é a sua ação antidepressiva. O radiologista Florian Koppelstätter publicou, há pouco, dados mostrando que o café produziria uma “dopagem mental”.
O café estimula o córtex cerebral, aumentando a atenção e a memória. Em estudos com ressonância magnética, os paciantes que haviam tomado café apresentaram um rendimento de memória maior, indicado pela atividade elevada em áreas cerebrais relacionadas com a memória de curta-duração, entre elas, o lóbulo frontal.
Para Darcy Roberto de Lima, professor do Instituto de Neurologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o café é um ótimo agente preventivo da depressão, o “mal do nosso século”. Lima aconselha um consumo diário e moderado da bebida, de três a quatro xícaras por dia, com ou sem leite.
O café ajuda a aumentar a descarga de endorfina, um hormônio que contribui para a sensação de bem-estar. Assim, “atletas treinados consumindo diariamente café, caso parassem de tomá-lo na véspera e nos dias de competição, poderiam ter sua performance aumentada de forma significativa, sem qualquer tipo de doping”, completa Lima.
Café e dependência: argumentos contrários
Os inimigos do café enfatizam que a bebida provoca dependência. Por isso, os resultados positivos não significariam um aumento no rendimento, mas uma normalização. A cafeína provoca dependência, porém a abstinência só chega a causar algumas ligeiras dores de cabeça.
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Sinal verde para o consumo de caféO café pode causar nervosismo ou insônia, e, por isso, recomenda-se a mulheres grávidas tomar, no máximo, três xícaras por dia. “Os efeitos prejudiciais do café são moderados”, disse Andreas Pfeiffer. Os indícios mencionados acabaram com o mito da toxicidade do café. Por isso, nada melhor do que se concentrar em apreciar o seu componente essencial: o sabor.