Homens e mulheres que estão exaustos estão mais suscetíveis a cair na conversa de um chefe ou um colega de trabalho e tomar atitude antiética
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café (Foto: Getty Images)
Café nos torna mais focados, favorece a memória e desperta o organismo quando o cortisol, um hormônio ligado ao sistema emocional, está em baixa. Já sabíamos de tudo isto. O que você provavelmente não sabia é que a cafeína tem potencial para nos deixar mais honestos.
Três professores de universidades americanas fizeram um estudo sobre o efeito do café e a falta de sono. “Nossa pesquisa mostra que a privação de sono contribui para um comportamento antiético no trabalho ao lhe tornar mais suscetível a influências sociais, como o chefe que te manda fazer algo enganoso”, disse Michael Christian, coautor do estudo e professor de comportamento organizacional na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, à emissora CNN. “A cafeína pode ajudar a resistir ao fortalecer seu autocontrole e sua força de vontade quando você está exausto”.
Os resultados são importantes também para os chefes, segundo o médico. “Nós tendemos a achar que os funcionários que nunca param de trabalhar são os melhores. Mas eles são os que frequentemente fazem escolhas eticamente ruins. São as pessoas que trabalham por mais horas, as que dormem menos, que os administradores devem ficar de olho”, explicou.
A pesquisa foi publicada na edição de março do jornal científico Journal of Applied Psychology e teve como inspiração um estudo de 2011 com 171 enfermeiras de hospitais. Elas demonstraram hostilidade e desonestidade, inclusive com furtos, depois de horas sem dormir.
A culpa da sua preguiça pode ser da genética
Os três professores, então, formaram dois grupos de voluntários que foram mantidos acordados durante toda a noite. Todos foram convidados a mastigar chicletes pela manhã, mas uns receberam um placebo, outros ficaram com gomas que tinham 200 miligramas de cafeína, equivalentes a duas xícaras de café preto.
Os participantes foram colocados em situações nas quais, se mentissem, ganhariam mais dinheiro como recompensa. “Nós tentamos replicar a situação em que um chefe ou um colega de trabalho pressionam alguém para que atalhos sejam tomados no trabalho”, contou Christian. O resultado: os que tomaram cafeína e, portanto, estavam mais despertos e focados do que os demais, apresentaram maior resistência à desonestidade.