Técnica, que teve origem há mais de mil anos na China, impede desperdício de terra e mantém a matéria orgânica dos campos. Veja a reportagem de João Batista Olivi, direto de Guaxupé, no Sul de Minas Gerais.
A prática de terraceamento da lavoura, para combater a erosão causada pelo
escoamento da água da chuva e facilitar a entrada de máquinas nos cafezais, é
uma das alternativas para viabilizar a cafeicultura de montanha na região Sul de
Minas Gerais.
A técnica baseia-se na criação de terraços através do parcelamento de rampas
niveladas. Quando bem planeado e bem construído, reduz as perdas de solo e água
pela erosão e previne a formação de sulcos e grotas. Esses tipos de lavouras são
comuns em regiões do sul e sudeste da Ásia, na China e no Japão, e utilizados
principalmente na produção de arroz.
De acordo com o técnico agropecuário, Denilson Figueiredo, “o terraceamento
na China é mais complexo pois precisa ser inundado para ter o cultivo do arroz”,
explica. Na cafeicultura, não há a necessidade da inundação e a técnica se
mostra bastante eficaz para garantir uma boa produtividade.
Localizadas em grandes altitudes e altas declividades, as plantações de café
no Estado sofrem com a dificuldade da mecanização e os altos custos de produção,
principalmente com mão de obra, que são maiores do que em outras regiões mais
planas.
Para minimizar esses impasses, a prática tem crescido nessas regiões de maior
declive como alternativa para aumentar a competitividade da cafeicultura e
reduzir os custos com a colheita manual.
“Essa é uma técnica também de preservação de solo, porque aumentamos a
infiltração de água no solo ajudando no desenvolvimento das plantas e no perfil
de solo”, destaca Figueiredo.
Os pés de café ficam no barranco, entre uma rua e outra, e as operações são
realizadas dos dois lados dos pés de café. O desaterro é realizado com tratores
de esteira, que à medida que remove a terra de uma rua, deslocam esse material
para a outra, garantindo uma o aproveitamento do solo.
“Além disso, concentramos a matéria organiza da superfície justamente na
faixa de adubação que já vinha sendo utilizada. Ou seja, a perda de raízes quase
não existe”, pondera o técnico.
A implantação do terraceamento é indicada nos períodos de poda das lavouras:
recepa ou esqueletamento, para garantir maior facilidade nos trabalhos com o
solo.
Fonte: Notícias Agrícolas