O mercado internacional de café encerrou 2019 com uma recuperação nos preços nas bolsas de futuros e ao produtor.
Porto Alegre, 03 de janeiro de 2020 – Essa reação iniciada em outubro de 2019 levou o arábica a fechar 2019 na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) com alta acumulada de mais de 27%. Embora a primeira sessão na ICE Futures US (deste dia 02 de janeiro) tenha sido de perdas para o café, o ano de 2020 inicia com cotações em patamares mais altos, prometendo ser um período mais positivo para os produtores.
O consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, ressalta que 2020 começa já bem melhor que 2019. Ele acredita que o ano vai ser em seu começo de busca de uma acomodação após a subida do final de 2019. “O mercado vai depender do câmbio, da oferta dos suaves (arábicas da Colômbia e América Central) e da safra brasileira de 2020”, comenta.
Barabach indica que o mercado está sujeito a uma correção no início do ano por estar “inflado” no preço devido à restrição na oferta de cafés suaves. Se recuar com o incremento da oferta destes cafés, acredita em um preço girando em torno de US$ 1,20 a libra-peso. O mercado pode cair um pouco mais com a confirmação de uma safra recorde no Brasil em 2020.
Embora recentemente tenha recuado do topo alcançado em 2019, em quase R$ 4,30, o dólar em níveis mais altos, acima de R$ 4,00, também é favorável ao produtor no Brasil, como destaca Barabach. Isso dá sustentação ao café em reais. A expectativa é de preços médios melhores em 2020 que em 2019, sobretudo com estoques apertados ao final da temporada 2019/20. Depois, quando o mercado passar a olhar para a safra de 2021 do Brasil, que tende a ser menor pelo ciclo bienal do arábica, há tendência de sustentação também para o mercado.
Oferta e demanda
Os estoques finais de café do Brasil na temporada 2019/20 deverão ficar em 2,32 milhões de sacas de 60 quilos, tendo queda de 26,8% no comparativo com os estoques finais de 2018/19, indicados em 3,17 milhões de sacas. As projeções são de SAFRAS & Mercado.
A oferta total do Brasil 2019/20 é projetada em 60,22 milhões de sacas de 60 quilos, somando produção e estoques iniciais, com queda de 11,9% contra 2018/19, que tem oferta total indicada em 68,31 milhões de sacas.
A produção brasileira 2019/20, de acordo com a estimativa de SAFRAS & Mercado, é colocada em 57,05 milhões de sacas, 12% a menos que em 2018/19, apontada em 64,85 milhões de sacas. A oferta total 2019/20 é composta pela produção de 57,05 milhões de sacas mais os estoques iniciais (3,17 milhões de sacas).
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS