Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) continuam em movimento lateral, sem mostrar força para romper níveis de suporte ou de resistência.
A incerteza com relação ao clima nas regiões produtoras brasileiras deve manter os operadores em compasso de espera.
A Somar Meteorologia informa que o fim de semana foi de fortes chuvas na Zona da Mata, o que quebrou um longo período de tempo seco. No entanto, as águas começam a voltar para o Sul do Brasil, inclusive para a parte sul do cinturão produtor.
“Nos próximos dias, devemos ter chuvas em forma de pancadas típicas dos meses de verão, cobrindo o Paraná e o Estado de São Paulo”, prevê a Somar. “A partir de hoje, devemos observar a diminuição das chuvas na zona da mata mineira e sua migração para o Sul do Brasil”, informa a meteorologia.
O diretor de Café da Newedge, Rodrigo Costa, diz que a seca de um ano atrás poderia ser amenizada, caso o período das chuvas fosse regular.
Entretanto, o volume de água tem sido bem aquém do ideal e das médias históricas, principalmente na Zona da Mata mineira e do Espírito Santo que, juntas, correspondem a quase 50% da produção brasileira.
Costa considera que, depois das poucas chuvas em janeiro no “cinturão” do café e da resiliência do mercado em se sustentar bem, após sucessivas tentativas de testar preços abaixo de 158 cents, “acredito que estamos em um momento altista para os preços”, diz.
Conforme Costa, o terminal pode estar próximo de suas mínimas, pelo menos até o último trimestre de 2015, salvo que o real venha a se desvalorizar muito rapidamente em relação ao dólar, alcançando, por exemplo, R$ 3,00.
Ele pondera, no entanto, que a posição comprada dos comerciais (indústrias, em particular) é recorde, o que diminui potencialmente o interesse por novas compras significativas.
Além disso, a posição dos fundos é de apenas 22 mil lotes, bem distante dos 70 mil lotes vendidos há cerca de um ano.
Apesar disso, Costa observa que, se o preço atual está considerando uma safra 2015/16 do mesmo tamanho do que em 2014/15, há um bom potencial de alta para os contratos, que podem voltar a visitar 190 cents e 200 cents. “Dependendo do clima, até mais”, avalia.
Os futuros de arábica em Nova York oscilaram nos dois lados do mercado ontem e acabaram encerrando em alta. Março/15 subiu 75 pontos (0,45%) e terminou a 167,60 cents por libra-peso. A máxima foi de 168,10 cents (mais 125 pontos). A mínima alcançou 163,80 cents (menos 305 pontos).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro subiram ontem.
Apesar disso, as vendas foram fracas. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura, posto na capital paulista, fechou a R$ 483,60/saca de 60 kg, pequena elevação de 0,14% em relação à última sexta-feira. O dólar foi a R$ 2,78, valorização de 0,29% no mesmo período.
Os preços do robusta continuaram firmes, apesar do ritmo de negócios continuar fraco. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 299,22/saca de 60 kg, ligeiro avanço de 0,13% em relação a sexta-feira.
O tipo 7/8, bica corrida, ficou em R$ 288,26/sc, estável (+0,03) na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.
Fonte: Agência Estado