Mesmo com as últimas baixas registradas no mercado futuro da Bolsa de Nova York, o café deve terminar o ano com saldo positivo.
Mesmo com as últimas baixas registradas no mercado futuro da Bolsa de Nova York, o café deve terminar o ano com saldo positivo. As informações são do sócio do Escritório Carvalhaes, Sérgio Carvalhaes. Segundo o executivo, existe uma grande especulação sobre a próxima safra brasileira e a expectativa é que ela seja de aproximadamente 45 milhões de sacas. “Esse valor deve causar quedas momentâneas, como a ocorrida no feriado, quando a Bolsa de Nova York registrou baixa de cerca de 800 pontos (14/11) e 400 (15/11) pontos”, afirma Carvalhaes. E acrescenta; “mas o saldo no final do ano agrícola deve ser positivo, pois o café saiu de um ciclo de baixa, pra entrar em um ciclo de bons preços”. Esse ciclo deve durar de dois a três anos.
Há a previsão de que os preços de café sejam favoráveis para os cafeicultores no começo da safra de 2006/2007. “Segundo especialistas, o Brasil deve produzir em média, 40 milhões de sacas por ano para não perder o seu market share (29%) no mercado de café. As 45 milhões de sacas previstas para 2005/2006, superam essa média, o que poderia causar uma super oferta no mercado. Mas o consumo mundial de cafés é crescente, com média de 1,5% ao ano, e os estoques estão baixos, portanto esse valor não seria suficiente para desequilibrar a oferta do grão no mercado”. Além disso, a safra de 2006/2007, que não deverá passar dos 33 milhões de sacas por motivos de bienualidade, não será suficiente para manter a média de 40 milhões de sacas/ano, podendo causar uma boa alta nos preços, nos meses de novembro e dezembro de 2006, quando os países do hemisfério norte começam a se abastecer de café para o inverno. “O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vai anunciar a primeira estimativa para a safra de 2005/2006, no dia 9 de dezembro”, diz Carvalhaes.
A Green Coffee Association informou o volume dos estoques norte-americanos de café verde. O relatório, que é divulgado mensalmente, apontou um estoque de 5.167.510 sacas em 31 de outubro, com queda de 495.443 sacas em relação ao mês de setembro. O mercado continua sem informações sobre as 1,6 milhão de sacas do grão, armazenadas no porto de Nova Orleans, que podem ter sido danificadas pelo Furacão Katrina. “Todos estão aguardando por esse relatório. Se for constatado que esse café está inutilizado para consumo, poderemos ter uma alta a curto prazo”, afirmou Carvalhaes.