Café têm preços elevados mesmo com avanço da colheita brasileira, afirma Rabobank

Em Nova lorque, o café arábica valorizou 22% (preços médios), enquanto em Londres, o robusta subiu 32%, atingindo recordes acima de USD 4.200/ton.

Por Rabobank

Em 2024, os preços do café têm apresentado alta volatilidade. Em Nova lorque, o café arábica valorizou 22% (preços médios), enquanto em Londres, o robusta subiu 32%, atingindo recordes acima de USD 4.200/ton. No Brasil, o arábica cresceu 35% e a conilon 51%, superando R$ 1.200/saca (60 kg).

Boa parte desta volatilidade pode ser atribuída ao terceiro ano seguido de déficit global de café robusta (no ciclo 2023/24) e a atual situação no Vietnã, maior produtor global, que passa por incertezas em relação ao potencial produtivo para 2024/25 (devido à seca na região) e às exportações no atual ciclo. Além disso, a continuidade dos conflitos no Mar Vermelho limitam o fluxo de café entre regiões produtoras e consumidoras, aumentando ainda mais a volatilidade.

No Brasil, a colheita 2024/25 já começou. Enquanto a colheita do robusta/conilon está em pleno vapor, o arábica ganhou tração recentemente. Destaque para a região da Zona Mata Mineira que está mais adiantada. Vale a pena ressaltar os relatos de café com peneira menores (grãos pequenos). Porém, acreditamos em uma melhora com o avanço da colheita. Será importante monitorar o desenvolvimento nas próximas semanas. O Rabobank estima a safra 2024/25 em 69,8 milhões de sacas (60 kg), sendo 46,5 milhões de arábica.

Após a revisão da safra 2023/24 com base em nossa pesquisa de estoques (que indicou um aumento nos estoques de café conilon e um leve declínio nos estoques de café arábica), espera-se que a safra 2024/25 cresça 5,4% em relação ao ciclo anterior, com a produção de café arábica aumentando 9,9% e a de conilon/robusta reduzindo 2,4%

As exportações brasileiras de café continuam fortes. Nos primeiros cinco meses de 2024, atingiram 20,7 milhões de sacas, um aumento de 52,1% frente à 2023. Os embarques de conilon/robusta também se destacam, com crescimento de 554% no mesmo período. Neste ritmo (e se os atuais gargalos logísticos permitirem), projetamos que as exportações totais de café superem 46 milhões de sacas, tanto para o ano safra (jul/23-jun/24) quanto para o ano de 2024.

A continuidade dos conflitos no Mar Vermelho, as incertezas quanto à oferta de café vietnamita e o aumento da participação dos fundos não-comerciais em Nova Iorque (The ICE) devem sustentar os preços do café em 2024. Além disso, O Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), que dispensa dados de geolocalização para produtos importados até o fim de 2024, pode incentivar os torrefadores europeus a anteciparem as importações, mesmo em um mercado desfavorável ao armazenamento.

Pontos de Atenção:

Com a chegada do inverno no Brasil, o clima pode se tornar foco em um mercado com balanço global ainda apertado No curto-prazo, qualquer risco de geada ou temperaturas baixos devem se tornar ser fatores de valorização de preços.

Alguns fatores podem pressionar os preços de café. Os estoques certificados cresceram significativamente em 2024. Desde janeiro, as estoques de café arábica e robusta aumentaram 233% e 72%, respectivamente. Além disso, relatórios recentes de empresas do setor apontam preocupações quanto ao crescimento da demanda.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber as principais notícias da Cafeicultura

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.