Cotações caíram 6,5% depois de divulgado aumento das exportações brasileiras
As cotações do café abriram a semana em forte queda, surpreendendo os analistas do setor. Na Bolsa de Nova York, o contrato com vencimento em março caiu 6,45%, para 103,70 centavos de dólar por libra-peso. Trata-se da maior desvalorização desde o dia 15 de agosto. A queda explica-se, principalmente, por um movimento técnico, embora o primeiro estímulo tenha vindo do quadro fundamental: o aumento das exportações brasileiras em outubro. No mês, o Brasil embarcou cerca de 1,9 milhões de sacas do produto – 300 mil a mais do que em setembro. “Neste momento, os especuladores começaram a vender, os preços foram rompendo as linhas de suporte e stops, e o movimento de queda ganhou força”, explica Gil Barabach, analista da consultoria Safras & Mercado
Outros fatores técnicos colaboraram, na opinião de Barabach, para forte recuo nos preços internacionais. Na Bolsa de Nova York, há um forte movimento de rolagem de contratos, de dezembro para março. “Os fundos estão saindo de uma posição comprada, em dezembro, e entrando vendidos em março. Isso também ajudou a derrubar os preços”, avalia. Um outro aspecto, menos importante, foi a forte alta do dólar em relação ao real, nesta segunda-feira. O movimento interrompeu uma longa seqüência de quedas da moeda americana, que vinha tornando o produto brasileiro menos competitivo no mercado externo e dificultando as exportações.