Café tem dia pouco volátil e com altas apenas ligeiras na ICE

9 de dezembro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

09/12/2013

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com altas ligeiras, em uma sessão insossa, com poucas alternativas e com preços presos em um intervalo estreito. A posição março variou apenas 145 pontos ao longo do dia, em uma sessão pouco procurada. Algumas recompras foram registradas, depois das perdas mais efetivas da sessão passada, no entanto, as cotações não conseguiram voltar a buscar o referencial de 110,00 centavos de dólar, ainda que se mantenham acima do suporte da mínima de 85 meses, em 104,15 centavos.

Operadores ressaltaram que o mercado teve um dia técnico e os arábicas continuam a demonstrar uma consistência bem menos efetivas que os robustas em Londres. Mais uma vez, o terminal britânico conseguiu bons resultados, fruto das especulações sobre estoques certificados baixos e também das vendas limitadas de origens asiáticas.

Por outro lado, o segmento arábica continua a fazer contas sobre a disponibilidade generosa do grão. As safras do Brasil, da Colômbia e de outros players deverão garantir um montante considerável de café e mesmo com alguns estudos indicando que a demanda tem uma evolução interessante, os especuladores e fundos se mostram céticos em uma recuperação e não recompram posições vendidas. É interessante salientar que o mercado cafeeiro em Nova Iorque vive os últimos meses dentro de um cenário de sobrevenda, com algumas correções tímidas tendo sido verificadas, mas que não tiveram continuidade.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve avanço de 40 pontos, com 106,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 107,50 centavos e a mínima de 106,05 centavos, com o maio registrando ganho de 40 pontos, com 108,65 centavos por libra, com a máxima em 109,75 centavos e a mínima em 108,30 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 35 dólares, com 1.721 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 38 dólares, para o nível de 1.694 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi técnico e sem maiores oscilações, com as cotações ficando presas em um range bastante estreito. O tema “preço do café” continua sendo bastante debatido no Brasil. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado do país reuniu representantes de vários segmentos para avaliar o momento delicado vivido pelo grão. Na oportunidade, o presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiros, ressaltou que os problemas atuais resultam da queda nas vendas aos Estados Unidos e a países europeus, que reduziram seus estoques em conseqüência da crise na economia mundial. Para ele, a produção em alta nos países asiáticos também influencia na formação de preços tão baixos. Para Brasileiro, a concorrência é complexa, já que países como o Vietnã permitiriam até trabalho infantil nas lavouras, ao passo que o Brasil tem uma legislação trabalhista e ambiental rígida.

Os ganhos pontuais desta sexta-feira também foram influenciados pelo câmbio. O dólar caiu consideravelmente em relação ao real brasileiro, o que desestimulou liquidações mais agressivas dessa origem. As bolsas de valores nos Estados Unidos apresentaram uma sessão de ganhos. “Terminamos a semana com uma perda de 4%, após as liquidações dos primeiros pregões do período. Não conseguimos, enfim, nem sequer permanecer próximos dos 110,00 centavos e continuamos perigosamente a buscar mínimas históricas. Em dias de vendedores pouco presentes, como esta sexta, vemos que os compradores têm muito pouco fôlego”, disse um trader.

A Organização Internacional do Café emitiu um relatório no qual aponta que contínua a se verificar a deterioração dos preços do café, porém esse fator diminuiu ligeiramente em novembro, mas as médias mensais de todos os preços indicativos da própria entidade se mantiveram em seus níveis mais deprimidos de vários anos. A média mensal do preço indicativo composto da OIC foi de 100,99 centavos de dólar dos Estados Unidos por libra peso, ficando 5,6% aquém da média de outubro e atingindo seu nível mais baixo de seis anos e meio. No ano safra de 2012/2013, o volume da produção ultrapassou o do consumo, e houve boas safras na maioria dos grandes países produtores. Isso permitiu que tanto exportadores quanto importadores reabastecessem seus estoques e exerceu uma pressão baixista sobre os preços.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.182 sacas, indo para 2.669.667 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência em 107,50, 108,00, 108,50, 108,95-109,00, 109,50, 109,90-110,00, 110,50, 111,00, 111,50, 112,00, 112,50, 112,90-113,00, 113,50, 114,00, 114,50, 114,90-115,00, 115,50 e 116,00 centavos de dólar, com o suporte em 106,05-106,00, 105,65, 105,50, 105,10-105,00, 104,50, 104,15, 104,00, 103,50, 103,00, 102,50, 102,00, 101,50 e 101,00 centavos.

Fonte : Agnocafe

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.