13/11/2013 Café da terra
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram um novo dia de recuperação. Depois de iniciar a semana com uma tentativa frustrada de romper algumas resistências básicas, a terça foi marcada por ganhos mais concatenados e, ao final dos negócios, a posição dezembro conseguiu se posicionar acima do nível de 105,00 centavos de dólar por libra, ainda que não tenha testado a máxima do pregão passado, que chegou ao nível de 106,95 centavos.
A sessão foi basicamente técnica e registrou um volume considerável de rolagens de posições, notadamente entre o dezembro e o março. O contrato de dezembro passa a ser notificado na bolsa nova-iorquina a partir do próximo dia 20 de novembro.
Diante de um cenário notadamente sobrevendido, o mercado busca efetuar algumas correções, ainda que elas não sejam tão efetivas. Nas máximas ainda se ressente um “ânimo” bastante limitado por parte dos compradores e vários operadores apontam que uma recuperação mais efetiva dificilmente ocorrerá no curto prazo. Por enquanto, os contratos conseguem ficar acima das mínimas de 85 meses registradas ao longo da semana passada, mas não consegue “abrir frente” e atingir algumas resistências mais efetivas, como os 117,00 e 120,00 centavos para a posição dezembro.
As ações do dia estiveram relacionadas basicamente a fatores técnicos, com o segmento fundamental não trazendo maiores novidades. A passagem de uma grande tormenta tropical pelo Vietnã trouxe ventos intensos, no entanto, segundo relatos de fontes locais, as áreas cafeeiras não foram afetadas e não há notícias, até o momento, de mortos por causa desse fenômeno climático no país, ao contrário das Filipinas, onde o saldo de vítimas é significativo.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve alta de 255 pontos, com 105,80 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 106,00 centavos e a mínima de 103,25 centavos, com o março registrando ganho de 250 pontos, com 108,80 centavos por libra, com a máxima em 109,00 centavos e a mínima em 106,30 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve queda de 3 dólares, com 1.495 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 4 dólares, para o nível de 1.491 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por uma nova dissociação do café com os segmentos externos. Enquanto o grão conseguiu registrar algumas correções e se posicionar ao redor do nível psicológico de 105,00 centavos, vários outros segmentos tiveram retração, como as bolsas de valores nos Estados Unidos e também commodities importantes, como petróleo, ouro e açúcar. O dólar teve um dia de ligeiro avanço em relação a uma cesta de moedas internacionais, incluindo o real brasileiro.
“Tivemos uma sessão tranqüila, com rolagens e com os ganhos surgindo, mais efetivamente, na segunda metade do dia. Não tivemos nenhuma questão fundamental contribuindo com esse cenário. As altas vieram, basicamente, de algumas correções, assim como já havíamos verificado ao final da semana passada. Não acreditamos que essa correção seja das mais consistentes. O mercado tem indicadores baixistas bastante pertinentes e, efetivamente, a questão da disponibilidade ampla continua a dar o tom dos negócios”, sustentou um trader.
Em setembro, as exportações mundiais para todos os destinos totalizaram 7,8 milhões de sacas, em comparação com 8,2 milhões em setembro de 2012. Com isso, o total exportado no ano cafeeiro de 2012/2013 alcançou um volume recorde de 110,2 milhões de sacas, 2,3% acima de 2011/2012. O maior aumento foi das exportações dos suaves colombianos, que saltaram 21,2% para 10,2 milhões de sacas, em conseqüência, principalmente, da atual recuperação da produção colombiana. As exportações de outros suaves, por outro lado, caíram 8,3% em relação a 2011/2012, pois a ferrugem continuou a afetar negativamente a produção da América Central. As informações são da Organização Internacional do Café.
As exportações brasileiras no mês de novembro, até o dia 11, totalizaram 350.179 sacas de café, queda de 26,47% em relação às 476.276 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 649 sacas, indo para 2.704.600 sacas. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 106,00, 106,50, 106,95-107,00, 107,30, 107,50, 107,80-107,85, 108,00, 108,50, 109,00, 109,20, 109,50, 109,90-110,00, 110,50, 111,00 e 111,50 centavos de dólar, com o suporte 103,25, 103,05-103,00, 102,85, 102,50, 102,00, 101,50, 101,00, 100,95, 100,50, 100,10-100,00, 99,50, 99,00, 98,50, 98,00 e 97,50 centavos.
Fonte : Agnocafe