14/10/2013 Café da terra
Se na quinta-feira as altas foram frustradas por vendas ao final do pregão, nesta sexta-feira, finalmente, elas puderam ser registradas, mas não mudaram o padrão de preço para o primeiro contrato, que continua a flutuar muito próximo do nível psicológico de 115,00 centavos de dólar por libra peso.
O dia para os grãos arábicas na ICE Futures US foi relativamente tranqüilo, com um volume modesto de papéis comercializados, sendo que ao longo da primeira metade do dia os preços flutuaram dentro de um intervalo relativamente estreito. Na segunda metade da sessão, porém, os compradores demonstraram um fôlego mais efetivo e os ganhos se consolidaram, com o dezembro ficando dentro de range de 116,00 centavos de dólar. As aquisições do dia tiveram caráter técnico e o mercado continua a desenvolver um padrão de pouca volatilidade.
Por um lado, o dezembro consegue se manter ligeiramente acima das mínimas de mais de 49 meses, no entanto, não consegue avançar para resistências básicas, como o nível de 119,20 ou 120,00 centavos de dólar. Por sua vez, as precificações já estão bem consolidadas e a disponibilidade ampla, esperada por alguns players, também já é está embutida nas cotações atuais.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve alta de 230 pontos, com 116,70 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 116,95 centavos e a mínima de 114,25 centavos, com o março registrando valorização de 230 pontos, com 119,85 centavos por libra, com a máxima em 120,05 centavos e a mínima em 117,50 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 3 dólares, com 1.733 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 7 dólares, para o nível de 1.716 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por um movimento de contra-ataque, depois de os ganhos da sessão passada terem se esvanecido, após algumas liquidações mais efetivas ao final do pregão. Nesta sexta, os compradores se mostraram mais consistentes e, após certa lentidão nos primeiros momentos, os ganhos ganharam corpo. Os mercados continuam a operar com olhos voltados para os Estados Unidos e a paralisação estatal fruto da queda de braço entre situação e oposição.
No entanto, diferentemente do que vinha ocorrendo no início da semana, o que se verifica é que as bolsas norte-americanas conseguiram conter as perdas e encerraram esta sexta com valorização. As commodities softs também enveredaram por esse caminho e conseguiram encerrar o dia no lado positivo da escala.
“Tivemos, efetivamente, uma sessão técnica e com poucas novidades. Vários players estão comentando a avaliação do Jefferies, que é um importante banco e investidor, sobre os mercados internacionais. A instituição avaliou que há espaço para o café avançar e que poderia alçar vôo para um patamar próximo de 135,00 ou 140,00 centavos por libra, ao longo do próximo ano”, disse um trader.
A comercialização da safra de café do Brasil de 2013/2014 avançou um pouco melhor, em ritmo mais intenso, em setembro, chegando a 42% da produção estimada até o dia 30 de setembro. O dado faz parte de levantamento da consultoria Safras & Mercado. Os trabalhos seguem ligeiramente atrasados em relação ao ano passado, quando, em igual período, 43% da safra 2012/2013 estava comercializada. Também há atraso em relação à média dos últimos cinco anos, que aponta que 49% da produção normalmente já está negociada no período. Em relação ao mês de agosto, houve avanço de dez pontos percentuais na comercialização. Com isso, já foram comercializadas 22,17 milhões de sacas, tomando-se por base a estimativa da empresa, de uma safra 2013/2014 de café brasileira de 52,9 milhões de sacas.
A ICE Futures US vai permitir que os embarques de grãos para seus armazéns certificados cheguem em contêineres de carga forrados, ou “big bags”. Essas sacas de fio de plástico tecido podem conter uma tonelada de grãos, ou seja, o suficiente para fazer umas 125.000 xícaras de café espresso. A iniciativa tem a meta de facilitar a compra e venda de café para os grandes operadores de commodities e empresas de alimentos na ICE. O café em contêiner já muda de mãos no mercado físico. Mas, para cumprirem o contrato de futuros da ICE, os grãos de arábica em geral precisam chegar ao armazém em sacas indicando o país de origem e feitas de “sisal, henequém, juta, estopa ou material semelhante”, segundo as regras atuais. Para alguns especialistas, a medida vai aumentar a quantidade disponível de grãos e pode afetar os preços já baixos do café.
As exportações brasileiras no mês de outubro,até o dia 10, totalizaram 609.155 sacas de café, alta de 55,25% em relação às 392.348 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 908 sacas, indo para 2.758.940 sacas.
O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 15.985 lotes, com as opções tendo 4.023 calls e 2.324 puts — floor mais eletrônico.
Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 116,95-117,00, 117,50, 117,95-118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20 e 122,50 centavos de dólar, com o suporte em 114,25, 114,15, 114,00, 113,85, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50 e 107,00 centavos.
Fonte : Agnocafe