Café tem alta intensa e devolve todas as perdas da semana na ICE

21/04/2014

Queimou a língua quem disse que esta semana seria de correções de baixa na bolsa de Nova Iorque.

Apesar das fortes retrações recentes, os contratos futuros do grão na ICE Futures US conseguiram fechar o período com variação zero. Isso devido ao desempenho fortíssimo de alta desta quinta-feira. Na sexta, a casa de comercialização norte-americana não terá operações devido ao feriado de Páscoa.

A sessão da quinta foi caracterizada pelo forte potencial dos compradores, que conseguiram suplantar várias resistências e permitiram que o julho voltasse a se posicionar acima do nível de 200,00 centavos de dólar por libra peso, com o fechamento das operações se dando muito próximo das máximas do dia. A sessão foi marcada pelo acionamento de muitas ordens de compra, que permitiram fazer com que a letargia dos primeiros movimentos da manhã fosse rapidamente revertida em ganhos. Esses avanços, na primeira metade da sessão, no entanto, foram apenas modestos. Entretanto, na parte final do dia, com o rompimento dos níveis psicológicos de 195,00 e de 200,00 centavos, os terminais ganharam corpo e as altas foram generalizadas,ficando acima dos 1.500 pontos. Operadores destacaram que a notícia sobre os primeiros levantamentos da colheita da principal cooperativa cafeeira do Brasil foi bastante comentada entre os players e, mais uma vez, foi um fundamento altista.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve alta de 1.525 pontos, com 204,10 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 204,50 centavos e a mínima de 189,50 centavos, com o setembro registrando oscilação positiva de 1.525 pontos, com 206,20 centavos por libra, com a máxima em 206,50 centavos e a mínima em 191,65 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 54 dólares, com 2.118 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 54 dólares, para 2.136 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o mercado manteve a gangorra da volatilidade, devolvendo todas as perdas acumuladas ao longo dos três primeiros dias da semana. Alguns desses especialistas ressaltaram que parte das altas do dia podem estar atreladas ao final de semana prolongado, que nos Estados Unidos será de três dias, ao passo que no Brasil será de quatro dias, por conta do feriado em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier. Ainda assim, as aquisições também tiveram um caráter protetivo, com vários players continuando temerosos quanto à questão da disponibilidade global do café,notadamente dos arábicas.

No segmento externo, dia de altas modestas para as bolsas de valores nos Estados Unidos e de estabilidade do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities softs, o destaque de alta foi o café(+8,03%), com o suco de laranja e o algodão apresentando retrações.

“O mercado continua focado na questão climática do Brasil e na disponibilidade do grão. Efetivamente, a oferta de arábicas na atual temporada vai ser comprometida. Apenas o México deixará de colocar 2 milhões de sacas nas mesas de comercialização, depois de uma quebra muito forte, na esteira do ataque de ferrugem do colmo. O Brasil terá uma retração significativa, ainda que os operadores não consigam avaliar ao certo sua extensão. Mas a quebra existiu e, além disso, a renda dos grãos fica abaixo do normal. O mercado, assim, se foca no fator disponibilidade e, provavelmente,continuará sofrendo com essa turbulência ainda por umas boas semanas”,disse um trader.

A Cooxupé, maior cooperativa cafeeira do Brasil, indicou que os primeiros levantamentos das colheitas realizadas na sua região de abrangência apontam para uma quebra de cerca de 30% na produção. Os resultados,porém, são iniciais, mas corroboram com a perspectiva já existente entre os produtores. De acordo com a cooperativa, um dos problemas mais sérios é quanto à renda. A expectativa inicial era que realmente o tamanho dos grãos, devido ao enchimento comprometido, fosse menor. Entretanto, os cafés que estão sendo colhidos se mostram ainda menores do que antes projetado, o que faz com que exista a necessidade de um número maior de grãos para a composição de uma saca.

As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 16, totalizaram 1.153.093 sacas de café, alta de 23,54% em relação às 933.329 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 6.476 sacas, indo para 2.584.020 sacas.

Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 201,55, 202,00, 202,50, 203,00, 203,50, 204,00, 204,50, 205,00, 205,50, 206,00,206,50, 207,00, 207,50, 208,00 e 208,50 centavos de dólar, com o suporte em 186,90, 186,50, 186,00, 185,60-185,50, 185,00, 184,50, 184,00, 183,50, 183,00,182,50, 182,00, 181,50, 181,00 e 180,50 centavos.

Fonte : Agnocafe

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