O instituto pretende lançar um produto que contenha gesso e adubo fosfatado para aprimorar o desenvolvimento do café arábica
O instituto pretende lançar um produto que contenha gesso e adubo fosfatado para aprimorar o desenvolvimento do café arábica O Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) estuda uma nova tecnologia para melhorar a cafeicultura de montanhas do Espírito Santo. A pesquisa pretende lançar um produto que contenha gesso e adubo fosfatado, a fim de melhorar o desenvolvimento e a produtividade do café arábica capixaba. O próximo passo seria validar a tecnologia também para o café conilon.
O projeto é coordenado pelo pesquisador do Incaper André Guarçoni Martins e foi aprovado no Edital Nº 06/2015 – PPE Agropecuária da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). “O gesso é móvel no solo, fornecendo cálcio e reduzindo a toxidez do alumínio em profundidade. Já o fósforo é imóvel no solo, mas, associado ao gesso, em tese, ficaria mais disponível para as plantas”, explicou.
Benefícios para o café
Segundo a Incaper, nas condições atuais de cultura, diversos trabalhos apontam que a raiz do arábica não ultrapassa, em média, 60 cm de profundidade. A expectativa é dobrar o comprimento da raiz e aumentar o volume radicular. Com o crescimento das raízes, a absorção de água e nutrientes é mais eficiente o que, consequentemente, contribui para o desenvolvimento da planta, bem como para o aumento da produtividade.
“A combinação dos dois insumos em um só produto irá contribuir para o aprofundamento do sistema radicular da planta. A raiz do cafeeiro cresce onde há cálcio em concentrações adequadas e onde não há alumínio tóxico. O fósforo é também um nutriente que contribui para o maior desenvolvimento radicular, além de estar envolvido com a síntese e armazenamento de energia. A partir desta interação sinérgica, a planta é capaz de buscar água nas camadas mais profundas do solo, resistindo melhor a períodos de déficit hídrico, e consegue absorver nutrientes que até então não estariam disponíveis, especialmente o fósforo”, diz Guarçoni.
Projeto e pesquisa
O trabalho será desenvolvido integrando pesquisa, assistência técnica e extensão rural, setor produtivo e poder público. Para Guarçoni, “a integração entre pesquisa e extensão gera tecnologias mais efetivas e de mais fácil adoção. Além disso, a inclusão do próprio cafeicultor e de agentes municipais valoriza as pessoas, facilita e incrementa a execução do experimento e nos aproxima da missão institucional. Só o Incaper é capaz de realizar este tipo de trabalho integrado”.
Além do próprio coordenador André Guarçoni, o projeto conta com a participação dos pesquisadores do Incaper Luiz Carlos Prezotti e Henrique Paye e dos extensionistas do Instituto Fabiano Tristão e Cesar Krohling. Estão também envolvidos no trabalho pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e da Universidade Federal de Viçosa.