CAFÉ: SUPERINTENDENTE DA COOXUPÉ CRÊ EM SAFRA 2014 DE CAFÉ ESTÁVEL

23 de dezembro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

A safra 2014 de café do Brasil não vai ter grande diferença contra 2013. “As safras são muito parecidas”, afirmou o superintendente comercial da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Lúcio Araújo Dias, em entrevista à Agência SAFRAS.

Segundo Lúcio Dias, a torcida é para que a produção de 2014 seja de boa qualidade, já que a safra 2013 teve problemas. “Mas, não haverá aumento na quantidade. A bienalidade praticamente acabou”, comenta. Ele diz que fatores como tratos culturais, manejos na lavoura, podas, renovações e problemas climáticos estão entre os motivos para o fim da bienalidade. Assim, o Brasil tende a não ter mais alternâncias tão significativas entre uma safra de alto ciclo produtivo e a safra seguinte de menor carga.

O superintendente diz que regiões como a Zona da Mata e parte do sul de Minas Gerais (região dos Lagos, entre outras) estão tendo safras melhores em anos ímpares (bienalidade), enquanto o cerrado e parte do sul de Minas Gerais e  da Mogiana produzem mais nos anos pares.

Para Lúcio Dias, os tratos culturais ainda não caíram muito devido à crise de menores preços do café. Entretanto, em anos seguintes isso poderá afetar a produção. Ele estima que o uso de fertilizantes no cerrado e sul de Minas Gerais e Mogiana, onde atua a Cooxupé, caiu 15% a 20% este ano.

CONAB

A quarta estimativa de safra de Café, divulgada nesta sexta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indica que este ano o Brasil colheu uma safra de café de 49,15 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado (arábica e robusta). O resultado representa uma redução de 3,3% (1,67 milhão de sacas), se comparado aos 50,83 milhões do período anterior, de alta. A maior redução foi observada no café robusta, que teve queda de 12,95%, seguida pelo arábica, com 0,15%.

De acordo com a Gerência de Avaliação de Safras da Conab, área responsável pelo levantamento, a redução se deve, sobretudo, ao ciclo de baixa bienalidade. Isso ocorreu na maioria das áreas de café arábica. Outro fator que interferiu na queda foi a continuação do regime de chuvas bastante irregular e a manutenção das altas temperaturas na maioria dos estados produtores, além de geadas no Paraná.

Estimada em 38,29 milhões de sacas, a produção de café arábica corresponde a 77,9% do volume de café produzido no país, e tem como maior produtor o estado de Minas Gerais, com 27,38 milhões de sacas. Já a produção do robusta, contabilizada em 10,86 milhões de sacas, representa 22,1% do total nacional e tem como maior produtor o Espírito Santo, com 8,2 milhões de sacas.

Em relação à área plantada no país, a cultura do café totaliza 2.311.599 hectares, 0,76% inferior à safra passada, com uma redução de 17.758 hectares. Desse total, 295.173,9 hectares (12,8%) estão em formação e 2.016.425,2 hectares (87,2%) estão em produção. Em Minas Gerais está concentrada a maior área, 1.231.778 hectares, predominando a espécie arábica com 98,7% no estado. A área total estadual representa 53,29% da área cultivada com café no país.

O estudo confirma também a tendência de redução na diferença entre a alta e a baixa bienalidade nas últimas safras, em razão da maior utilização da mecanização, aliada às inovações tecnológicas, às exigências do mercado, à qualidade do produto e à boa gestão da atividade.

(LC) / (CS)

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