CAFÉ: STARBUCKS PLANEJA AUMENTAR CULTIVO DE GRÃOS NA CHINA

SAFRAS (16) – A Starbucks está tomando outro importante passo visando dominar o mercado de café da China, avançando em seus esforços de cultivo na Província de Yunnan. A companhia norte-americana de café planeja ampliar suas operações de cultivo de grãos em Baoshan, Província de Yunnan, em 2010 com o objetivo de fornecer café para quase 700 lojas na China.

“No final das contas, eu adorarei ver nosso café da China nas prateleiras de cada uma de nossas lojas em 49 países do mundo”, disse o presidente da Starbucks International, Martin Coles, em janeiro, quando a companhia lançou sua linha de grãos cultivados em Yunnan, “South of the Clouds”. A companhia levou quase três anos conduzindo pesquisas e testes nos grãos de Yunnan antes de decidir disponibilizar o produto em suas lojas.

Os grãos serão cultivados em Yunnan e, então, enviados para a América ou Holanda para serem torrados antes de serem enviados de volta à China. A companhia disse que não planeja abrir uma torrefadora na China em um futuro próximo.

A China se tornou o mercado mais importante para a Starbucks nos últimos anos e os lucros domésticos da companhia dobraram em 2009 com relação ao ano fiscal anterior, e a gigante do setor de café espera que o país possa suportar até 10.000 lojas, mesmo número que atualmente está operando nos Estados Unidos.

Baoshan é localizada em uma parte remota do sudoeste da China, também conhecido como Shangri-la, cercada por montanhas e pelos rios Salween e Mekong. Segundo o professor da Escola de Economia e Administração da Universidade Tsinghua, Patrick Chovanec, escreveu em seu blog que o maior desafio da região de Shangri-la é o transporte.

Entretanto, a Starbucks disse que a região está apresentando um grande desenvolvimento na infra-estrutura comercial devido a sua proximidade com Mianmar e Vietnã e já possui um aeroporto capaz de suportar aviões tão grandes quanto o Boeing 737s.

No entanto, nem todos são positivos quanto às previsões de crescimento da Starbucks na China. Quando o responsável pela companhia na região da Grande China, Wang Jinlong, disse que a China seria o mercado número dois da Starbucks depois dos Estados Unidos, muitas críticas foram feitas. Daniel Gross escreveu na revista Slate que a Starbucks tem lutado para “empurrar o consumismo estilo americano nas crescentes massas da China” que não tem
cultura de café.

No entanto, as críticas de Gross ignoraram um dos principais fatores do sucesso da Starbucks até agora na China: não se trata de café. Quando a companhia abriu sua primeira loja na China em 1999, focou em se tornar mais do que um lugar para comprar café e construiu espaçosas cafeterias onde as pessoas pudessem ficar por longos períodos de tempo.

Desde o começo, o diretor executivo da Starbucks, Howard Schultz, promoveu a “ideia de a Starbucks se tornar o terceiro local entre a casa e o trabalho” em países asiáticos.

De acordo com uma pesquisa da companhia, 90% das pessoas que pedem alimentos ou bebidas ficam nos locais para consumí-los. Somente 20% dos norte-americanos que vão à Starbucks fazem o mesmo. Beber café não é nem uma das cinco principais razões pelas quais os chineses vão à Starbucks (é a número 6). Após uma pesquisa com seus clientes, a Starbucks China descobriu que a principal razão pela qual as pessoas vão às lojas é ter um local para passar o
tempo.

A ex-analista financeira do Motley Fool, Kristin Graham, também opinou que a companhia teria problemas na expansão na China devido ao fato de “que a Starbucks na China pode ser um ritual diário para os estrangeiros, mas não para os chineses”.

Essa tem sido uma impressão errada sobre a companhia. Uma pesquisa da Universidade da Flórida mostrou que os consumidores locais já ultrapassaram os estrangeiros na Starbucks de Xangai há quatro anos. Os não chineses somente representam cerca de 40% do total de clientes em várias lojas localizadas nas áreas de Xangai, com grandes concentrações de estrangeiros.   

A gerente de comunicações da Starbucks Corporation em Xangai, Li Jing, confirmou as descobertas da Universidade da Flórida, dizendo que os estrangeiros eram a maioria dos clientes da companhia quando as lojas foram abertas, mas que agora, os chineses são a maioria em todo o país. As informações partem do portal News.alibaba.com, segundo noticiou o CaféPoint.
(LR)