CAFÉ: SONDAGEM DE SAFRAS & MERCADO BATEU COM EXPECTATIVA DO MERCADO

Por Lessandro Carvalho / lessandro@safras.com.br

SAFRAS (07) – A sondagem de SAFRAS & Mercado para a safra brasileira de café 2008/09, divulgada nesta quarta-feira (06/12), ficou dentro do que o mercado trabalha para a produção futura. A avaliação parte de corretores consultados pela Agência SAFRAS nesta quinta-feira. SAFRAS & Mercado apontou a produção em 47,6 a 49,9 milhões de sacas, com incremento de 28% a 35% na comparação com a safra anterior, indicada por SAFRAS em 37,1 milhões de sacas.

Segundo Alexandre Nahum, corretor da Terra Futuros, o número ficou dentro da expectativa do mercado. “Trabalhamos com algo em torno de 48 a 50 milhões de sacas”, avaliou. “Mas podemos errar e vir mais nessa safra. Não vou me espantar se isso ocorrer”, ponderou. Nahum observa que as lavouras têm recebido boas chuvas no Brasil. “Hoje, 50 milhões de sacas me parece um belo número para se trabalhar”, afirma. 

O potencial da safra antes dos problemas com a seca, segundo o corretor da Terra Futuros, era até acima de 55 milhões de sacas. “O produtor de café é tão profissional que o Brasil tem aumentado muito a produtividade”, afirmou Nahum à Agência SAFRAS. Ele observa que a safra deste ano pode estar mais parecida realmente com a safra de 2006/07 do Brasil. Mas, esta safra, segundo Nahum, ficou bem acima dos últimos números. “Pelo que podemos ver pelas exportações”, e como se encontra com maior tranqüilidade o café da safra 2006/07 que o da
2007/08, aquela safra deve ter sido de 50 a 52 milhões de sacas.

Mesmo dentro da expectativa do mercado, Nahum diz que a sondagem de SAFRAS contribuiu para trazer uma pressão negativa sobre os preços. Isso porque o mercado estava sobrecomprado depois de recentes comentários de fonte da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) de que a safra nacional poderia ficar próxima à estimativa da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) em 2006/07 (42,5 milhões de sacas).

Antônio Carlos Ribeiro, da Flavour Coffee, corretora de exportação, diz que o número está próximo da realidade. O número inferior da estimativa (47,6 a 49,9 milhões de sacas), para Ribeiro, está abaixo do que enxerga para a próxima safra, mas o superior está bem dentro da realidade.  

A menos que o Brasil tenha problemas muito sérios com o conillon, devido à estiagem recente em algumas regiões (norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo), a safra ficará ao menos próxima de 50 milhões de sacas, de acordo com a visão de Antônio Carlos Ribeiro. Para ele, a sondagem acabou sendo neutra para o mercado, não afetando as cotações na Bolsa de Mercadorias de Nova York.