São Paulo, 31 de Março de 2006 – O mercado interno reagiu ontem à alta do café negociado na Bolsa de Nova York. Os contratos para julho subiram 4%, a 111,4 centavos de dólar por libra-peso, como resultado de compras técnicas por parte dos fundos de investimento. A saca do café bica corrida arábica duro tipo 6 no Sul de Minas teve alta de 2%, para R$ 250, segundo levantamento da Safras & Mercado.
“Os produtores estão mais propensos a negociar quando os preços melhoram, pois sabem que o prazo até a entrada da safra está curto”, conta o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach. Os compradores não repassaram todo o aumento registrado em Nova York para os preços no mercado interno. Eles esperam redução das cotações, influenciados pela expectativa de entrada da safra brasileira no fim de abril e da redução da demanda internacional com o fim do inverno nos países do Hemisfério Norte, segundo Sergio Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes.
Apesar do maior volume de negócios registrado ontem, a comercialização de café prossegue lenta nas regiões produtoras. Os cafeicultores preferem vender somente o volume necessário para custear as despesas, enquanto aguardam reação dos preços. “Se não fosse a desvalorização do dólar de 20% em um ano, o produtor poderia receber R$ 300 pela saca vendida pelo mesmo preço na moeda americana”, diz o analista da Safras. Mais de 80% da safra brasileira passada de café foi negociada.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Chiara Quintão)