Chuvas abaixo da média no país ligam o alerta para uma possível quebra de safra do tipo robusta na temporada 2024/25
Por Globo Rural
O café robusta foi o destaque na sessão das commodities agrícolas negociadas na bolsa de Londres nesta quarta-feira (19/6). As cotações oscilaram de maneira expressiva, considerando que elas ficaram sem a referência dos valores na bolsa de Nova York, que não abriu hoje devido ao feriado nos EUA.
O café robusta seguiu negociado com preços históricos na bolsa londrina, diante da manutenção de clima adverso para o Vietnã, maior produtor mundial da variedade. No pregão desta quarta, os contratos para julho fecharam em alta de 2,36%, para US$ 4.205 a tonelada.
“Os preços ensaiaram alguma correção em maio, devido ao registro de chuvas em áreas produtoras do Vietnã. Mas as precipitações ficaram abaixo das médias históricas, e isso pode levar a uma quebra de safra no ciclo 2024/25, já que o mercado ainda não descartou a possibilidade de uma safra menor”, afirma Laleska Moda, analista de café da Hedgepoint Global Markets.
De acordo com ela, as chuvas abaixo do ideal estão atrapalhando o desenvolvimento da safra vietnamita, com a perspectiva de uma produção de 27 milhões de sacas, volume semelhante ao colhido em 2023/24.
“Isso [os números de produção] reforça esse cenário de restrição na oferta de robusta. Podemos até ver alguma correção nos valores nos próximos dias, mas no médio e longo prazo pode ocorrer novamente uma sustentação nos preços na bolsa”, acrescenta.
No Brasil, os relatos também são de um baixo rendimento para as lavouras de café robusta (conilon) que está em fase de colheita. Porém, de acordo com Moda, esse fator ainda não tem peso para impactar as cotações no mercado externo.
“É cedo para dizer se a oferta do Brasil vai mesmo diminuir. Apesar dos relatos de grãos menores, estamos entrando no pico da colheita somente agora. Se realmente houver uma quebra com a safra, o mercado vai olhar para isso mais para frente”, destaca a analista da Hedgepoint.
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