21/06/2013 Café da terra
SAFRAS (21) – Os preços do café seguiram ladeira abaixo no mercado internacional nesta semana. As cotações caíram abaixo de US$ 1,20 a libra-peso pela primeira vez em quatro anos na Bolsa de Nova York no arábica, enquanto os produtores no Brasil tentam resistir à venda e tem na alta do dólar o único fator que impede tombos ainda maiores.
A chegada da safra brasileira continua sendo o aspecto baixista do momento no lado fundamental, com o clima sendo favorável à colheita e as estimativas recentes confirmando que a produção deverá ser muito boa para um ano de ciclo baixo produtivo dentro da bienalidade cafeeira. Os compradores internacionais, por sua vez, seguem com estoques relativamente curtos e comprando da mão-para-boca. Chegou o verão no Hemisfério Norte, quando se consomem menos bebidas quentes, e isso não ajuda na sustentação dos preços.
Para completar, a semana foi bem negativa na macroeconomia. Afirmações do presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Ben Bernanke trouxeram temores quanto ao futuro da economia do país. O dólar subiu contra outras moedas, o que é fator de pressão de baixa nas commodities nas bolsas de futuros. E a moeda americana avançou muito contra o real, o que lá fora sugere ainda maior competitividade e fluxo de vendas externas do Brasil, sendo ponto extremamente negativo para as cotações do arábica em Nova York.
Na semana, enfim, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a distribuição de recursos do Funcafé para a temporada no Brasil. O governo planeja com os financiamentos “reter” na mão dos produtores cerca de 10 milhões de sacas. A notícia teve repercussão em NY, garantiu algum suporte na semana, mas não impediu as perdas da semana.
No balanço semanal, o contrato setembro do café arábica na Bolsa de Nova York caiu de 123,80 centavos de dólar por libra-peso na sexta-feira passada (14/06) para 118,60 cents nesta quinta-feira (20/06), acumulando desvalorização de 4,2%.
Na Bolsa de Londres, o café robusta teve melhor sustentação que o arábica em NY, diante do sentimento de que os produtores vietnamitas já venderam quase todos seus estoques e agora estão com vendas limitadas. Ainda assim, o contrato setembro do robusta na bolsa recuou 1,6% no acumulado da semana até a quinta-feira.
No mercado físico brasileiro de café, o alívio para a formação dos preços continuou vindo do dólar. A moeda dos EUA seguiu disparando e passou de R$ 2,148 para R$ 2,258 na semana, alta de 5,1% até a quinta-feira.
Ainda assim, no sul de Minas Gerais, o café arábica bebida dura recuou de R$ 285,00 a saca (14/06) para R$ 270,00 (20/06), queda de 5,3%. Já o conillon ficou mais equilibrado, com a cotação caindo no comparativo apenas de R$ 238,00 para R$ 237,00 a saca.
Fonte : Safras & Mercado