Café : Se ambiente externo ajudar , NY pode buscar 260 cents

Por: Café da terra

São Paulo, 16 – O mercado financeiro menos nervoso e o dólar enfraquecido contribuíram para o bom desempenho das commodities ontem. Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) pegaram carona neste bom momento de recuperação. Caso a situação externa se mantenha, as cotações do café podem buscar 260 cents, no curto prazo. Há pouco, dezembro/11 caia 0,7% (170 pontos), a 247,70 cents.


De acordo com corretor da Icap, na semana passada Nova York já vinha sinalizando uma melhora, que foi impedida pelo ambiente externo de pessimismo. Com a calmaria no financeiro e o dólar em queda, o café avançou um pouco mais nesta segunda-feira (ontem), informa.


O corretor acrescenta que as notícias de floradas nos cafezais brasileiros, mesmo que pequenas e localizadas, também deram sustentação ao mercado. Isso porque não há previsão de chuvas nos próximos 15 dias e a florada não deve ’pegar’. Com isso, existe grande possibilidade dessa florada ‘abortar’, sugerindo uma safra irregular no ano que vem nessas áreas. A florada teria ocorrido em áreas como, São João da Boa Vista e São Sebastião da Grama, em São Paulo, e em algumas partes do sul de Minas.


Além disso, há comentários de que a safra deste ano, que já é cerca de 10% menor do que a do ano passado, pode ser ainda mais fraca. Os grãos, apesar da boa qualidade, seriam pequenos, ‘miúdos’ e, portanto, seria necessário um maior volume de café para completar uma saca de 60 kg.


O corretor acrescenta que as vendas de café no mercado físico continuam difíceis. O produtor segura o café à espera de um melhor preço. Com a alta de Nova York, negócios com arbitragem entre a BM&FBovespa e a ICE foram observados, mas longe de representar volume significativo. O vencimento para dezembro fechou em alta de 2,28% (555 pontos), a 249,40 cents. A máxima chegou a marcar 251,75 cents (mais 790 pontos). A mínima foi de 243,35 cents (menos 50 pontos).


O corretor da Icap informa que tecnicamente o fechamento foi muito bom, embora ainda
abaixo da média móvel de 200 dias (251 cents). A tendência é o mercado buscar nível mais alto,
como 253 cents e 260 cents.


Os fundos de investimento cobriram posição vendida. As rolagens de posição continuam antes do
início do período de notificação de entrega do setembro/11, a partir da próxima terça-feira (23).


A Associação de Café Verde dos Estados Unidos (GCA, na sigla em inglês) divulgou ontem o volume dos estoques de grão verde nos Estados Unidos, referente ao dia 31 de julho. Houve aumento de 252.022 sacas no período, para 4.811.817 sacas. No relatório anterior, houve aumento de 133.138 sacas de 60 kg, para 4.559.795 sacas no dia 30 de junho passado .


Os contratos futuros de café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) encerraram em alta ontem. O
vencimento para novembro teve valorização de US$ 49 (2,1%), a US$ 2.329 por tonelada. No
melhor momento da sessão, chegou a US$ 2.365 por tonelada, nível mais alto desde 14 de julho.


Há pouco novembro cedia 0,5% (12 dólares), a 2.317 dólares/t.


Os contratos futuros de arábica na BM&FBovespa encerraram em alta ontem. O vencimento
setembro/11, o mais líquido, com 6.294 lotes em aberto, subiu US$ 4,95, a US$ 320,35 a saca. O
vencimento dezembro/11, com 4.596 lotes em aberto, avançou US$ 4,70, a US$ 322 a saca.


Clima


A Somar Meteorologia informa que o tempo deve permanecer aberto e sem chuva nesta semana.


No entanto, existe a previsão de chuva para São Paulo e região sul de Minas Gerais no início da
semana que vem. “Uma nova onda de frio deverá atingir todas essas regiões. No entanto, mesmo
com a queda nas temperaturas, o frio não será suficiente para provocar geada”, informa o
agrônomo da Somar, Marco Antonio dos Santos.


A Somar informa, ainda, que o tempo seco e as temperaturas cada vez mais alta favorecem a colheita e a secagem do café. A colheita já teria ultrapassado 75% os cafezais em todas as regiões produtoras de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Santos comenta, no entanto, que os índices de produtividade estão ligeiramente abaixo da média. Isso estaria diretamente ligado à seca ocorrida durante todo o ano passado. Em contrapartida, por causa dessa seca, o número de floradas foi bastante reduzido, entre uma ou duas floradas, dependendo da região. Dessa forma, a qualidade dos grãos está muito superior a de anos anteriores.


O déficit hídrico vem se acumulando desde meados do mês de abril. Esse estresse hídrico é
bastante favorável à cultura, podendo se traduzir numa boa e grande formação de botões florais
para a próxima safra, informa a Somar.


Mercado físico


A semana começou com preços em alta no mercado físico de café, favorecidos pela alta na Bolsa de Nova York. Os negócios, no entanto, estão bem calmos, informa um corretor de Santos (SP).
A queda do dólar contribuiu para segurar as cotações. A moeda norte-americana ficou em R$
1,590, baixa de 1,4% no dia.


O comentário na praça de Santos (SP) é que café tipo 6, com 15% a 18% de catação, foi cotado
a R$ 470 a saca. O comprador, no entanto, oferece R$ 460 a saca.


Os pesquisadores de Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam
que, apesar Da alta em Nova York, os aumentos no mercado físico brasileiro foram limitados pela
forte queda do dólar. Segundo apurou o Cepea, mesmo com interesse de compradores, apenas
negócios pontuais foram registrados – parte dos vendedores se manteve retraída, à espera de
novas altas.


O indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou o dia a R$ 454,32/saca de 60 kg, com avanço de 0,2% em relação à sexta-feira.


Fonte : Broadcast


 

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