As cotações de robusta seguiram em alta e registraram em dezembro o sétimo mês de alta consecutiva dos valores médios. O clima no principal estado produtor, Espírito Santo, continua desfavorável ao enchimento dos grãos e prejudicando muito as condições das lavouras. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, o volume de chuva verificado em algumas regiões produtoras ainda foi insuficiente para recuperar o cafezal. A média de dezembro do Indicador CEPEA/ESALQ do robusta do tipo 6 peneira 13, de R$ 378,98/sc, foi a maior da série Cepea (iniciada em 2001) em termos nominais e 1% superior à de novembro. O tipo 7/8 bica corrida teve média de R$ 367,55/sc, avanço mensal de 0,76% – ambos a retirar no Espírito Santo.
RETROSPECTIVA 2015: Forte valorização do robusta é destaque na safra 2015/16
Os preços internos do café robusta registraram consecutivos aumentos no correr de 2015, atingindo recordes nominais – em termos reais, a média de dezembro foi a maior desde janeiro/12. A forte valorização do robusta neste ano foi influenciada pela queda no volume produzido na temporada 2015/16 e pelo aumento considerável das exportações, que reduziu a disponibilidade interna.
Na temporada 2013/14, os embarques de robusta equivaleram a cerca de 15% da produção nacional e, na 2014/15, o exportado correspondeu a 42% do colhido no País – cálculos do Cepea com base em dados do Cecafé e Conab. Esse aumento ocorreu porque o Vietnã reduziu suas vendas ao longo de quase todo o ano, ao mesmo tempo em que o câmbio aumentou a competitividade do grão brasileiro.
Além disso, preocupações com a safra 2016/17, que vem sendo castigada pela forte estiagem nos principais estados produtores da variedade (Espírito Santo e Rondônia), também reforçam o movimento altista do robusta.
Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, precipitações, ainda que pequenas foram observadas neste início de mês, mas ainda insuficientes apara recuperar as lavouras. Caso as chuvas continuem insuficientes, a produção da safra 2016/17 pode ser ainda menor que a da atual temporada, que, por sua vez, já teve quebras significativas de mais de 20% em relação à temporada anterior (2014/15).
PERSPECTIVA 2016: Clima pode desfavorecer robusta na safra 2016/17
O El Niño tem sido bastante prejudicial para as lavouras de robusta do Espírito Santo, uma vez que, no segundo semestre de 2015, pouquíssimas chuvas foram registradas no estado, com prejuízos já concretizados para as plantas que produzirão em 2016.
Apesar das floradas terem sido uniformes e volumosas, a forte estiagem e as altas temperaturas atrapalharam muito o desenvolvimento da safra. A seca tem prejudicado os tratos culturais e a safra 2016/17 não deve ser boa para a variedade. Com isso, 2016 deve ser de preços bons uma vez que a safra atual não foi boa e a seguinte (2016/17) também deve ser afetada pelo clima.