Preços devem ser mantidos mesmo com o aumento da safra
O café foi um dos destaques positivos da agropecuária nacional em 2005 e deve repetir o desempenho este ano. Em 2005, as cotações do preço do café se recuperaram, e segundo o secretário de Estado de Agricultura, Silas Brasileiro, a situação só não foi melhor por causa da valorização do real frente ao dólar. “Mesmo com a desvalorização da moeda americana, os produtores tiveram momentos de bons preços no primeiro semestre, quando muitos souberam aproveitar a venda do produto físico e através da Cédula do Produtor Rural (CPR)”, informa Silas Brasileiro.
Para ele, o comportamento do mercado no ano passado serve de reflexão para 2006. “O mercado nos mostrou que a oferta administrada com competência pelos produtores se traduziu em menores descontos e melhores preços”. Ele explica que, este ano, uma das ações mais eficazes poderá ser o mercado de opções, além de um programa de financiamentos para a safra a ser colhida, com maiores valores financiados por saca para os produtores e prazo de 18 meses para reembolso. “Com isso, a oferta será deslocada do seu período de maior pressão na colheita deste ano para a época de maior escassez, que deve ocorrer no primeiro semestre de 2008”, afirma Silas Brasileiro.
Em 2006, o Brasil deve colher de 40 milhões a 42 milhões de sacas de café, cerca de 30% a mais do que no último ciclo. O aumento, no entanto, não deve derrubar os preços. Os estoques mundiais estão encolhendo e o consumo no planeta, de 118 milhões de sacas, vai bem além da produção, estimada em 105 milhões de sacas.
A situação do Brasil, maior produtor mundial de café, também é confortável. O país vem trabalhando para consolidar sua participação no mercado externo que, no ano passado, superou 28%, “isto não ocorria há 30 anos”, informou o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Linneu da Costa Lima. Responsável por 40% da produção mundial, o país em 2005 exportou 26 milhões de sacas de café e consumiu 15 milhões.