Os preços do café arábica na Bolsa de Nova York, que balizam a comercialização internacional da commodity, tiveram importante recuperação nesta última semana.
Porto Alegre, 05 de outubro de 2018 – Os preços do café arábica na Bolsa de Nova York, que balizam a comercialização internacional da commodity, tiveram importante recuperação nesta última semana. O mercado viveu sessões em NY de reação técnica, diante de sinais de que a bolsa estava mesmo sobrevendida e sujeita a correções. Além disso, as recentes baixas do dólar contra o real no Brasil estimularam os ganhos na bolsa.
O mercado vinha trabalhando abaixo de US$ 1,00 a libra-peso em Nova York e sujeito mesmo a correções técnicas. Elas vieram estimuladas pela baixa do dólar contra o real no Brasil. Houve ondas de cobertura de posições vendidas de fundos e especuladores, com realização de lucros.
Mas, nas altas NY foi rompendo resistências e o movimento de alta foi intensificado, com a bolsa chegando a registrar no dia 03 máxima de 110,80 centavos de dólar por libra-peso para dezembro, nível mais alto desde 09 de agosto. Os ganhos não estiveram apoiados em fundamentos, que seguem baixistas. O mundo vive um período de ampla oferta global, com safra recorde no Brasil e com outras origens chegando ao final do ano com boas safras também.
Na quarta-feira, o mercado voltou a cair em NY, dando sinais de ter esgotado esse movimento de recuperação, mas subiu novamente na quinta-feira, embora tenha perdido terreno ao final da sessão.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, ao romper a linha de US$ 1,00 por libra-peso no contrato dezembro, a posição ganhou força técnica e avançou acima das médias mais curtas e da importante referência de 40 períodos. Mas, em meio ao movimento, esbarrou na média de 100 períodos e perdeu força, o que resultou nas perdas do dia anterior. O mercado não superou a linha de US$ 1,10. Ainda assim, teve força técnica para subir nesta quinta-feira, mas também esse movimento perdeu intensidade ao final da sessão.
Barabach indica que o desafio de alta é vencer as resistências de 110 centavos e a média de 100 períodos, o que mudaria efetivamente o status de longo prazo deste movimento. O objetivo de alta é o topo gráfico em 113,50 centavos. “Mas, atenção, pois ao esbarrar na resistência de 100 períodos, o mercado mostrou fraqueza técnica e formou uma figura de reversão no gráfico (estrela cadente), o que abre espaço para correções baixistas”, adverte.
Da quinta-feira da semana passada até esta quinta-feira (04 de outubro), a Bolsa de Nova York para dezembro subiu de 99,30 para 106,95 centavos de dólar por libra-peso, acumulando uma alta de 7,7%.
Exportações
As exportações brasileiras de café em grão obtiveram receita de US$ 402,1 milhões em setembro, com média diária de US$ 21,2 milhões em 19 dias úteis. Os dados foram divulgados pela Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O volume embarcado no mês totalizou 2.992.300 sacas de 60 quilos, com média diária de 157,5 mil sacas. O preço médio foi de US$ 134,40 por saca.
Em agosto de 2018, o Brasil havia obtido receita de US$ 320,7 milhões – média de US$ 13,9 milhões, através das exportações de 2,255 milhões de sacas de café, com média diária de 98,1 mil sacas. O preço médio ficara em US$ 142,20 por saca.
Na comparação setembro de 2018 e agosto de 2018, as exportações de café subiram 51,8% no valor médio diário e 60,6% na quantidade média diária e o preço médio caiu 5,5%. O volume total de café verde exportado em setembro (2.992.300 sacas) subiu 32,7% contra agosto (2.255.600 sacas).
Em setembro do ano passado, a receita das exportações de café havia somado US$ 359,6 milhões (média diária de US$ 18,0 milhões), e o volume embarcado chegara a 2.177.200 sacas (média de 108,90 mil sacas/dia), com preço médio de US$ 165,20 por saca. Houve, portanto, em setembro de 2018, uma elevação de 17,7% em receita média diária e um incremento de 44,7% na quantidade média diária embarcada no comparativo com setembro de 2017. O preço médio diário nas exportações em setembro de 2018 foi 18,6% menor que o de setembro de 2017.
As exportações em volume total de café verde em setembro de 2018 (2.992.300 sacas) foram 37,4% maiores que o volume de setembro de 2017 (2.177.200 sacas).
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS