Em Londres, o robusta teve uma semana mais negativa
Porto Alegre, 21 de março de 2025 – A volatilidade persistiu no mercado internacional de café nesta semana, o que tem sido muito trivial. Na Bolsa de Nova York para o arábica, o mercado avançou e recuperou a importante linha de US$ 3,90 a libra-peso no contrato maio. Em Londres, o robusta teve uma semana mais negativa. Isso se refletiu no físico brasileiro, onde o arábica teve dias mais positivos nas cotações em relação ao conilon.
Na Bolsa de NY, depois do contrato maio ter mínimas nos dias 14 e 17 de março de US$ 3,73 a libra-peso, houve uma reação. Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o dólar fraco frente ao real, principalmente, deu sustentação aos preços em NY. O dólar caiu sete dias seguidos em relação à moeda brasileira, o que tira competitividade das exportações do país. E teve fraquezas também contra outras moedas.
Além disso, Barabach coloca que houve uma recuperação técnica após recentes tombos nas cotações. E há os fundamentos, que continuam focando a safra brasileira 2025. É sabido que a safra tem grandes perdas de potencial no arábica devido ao prolongado período de clima seco em 2024. E as condições também foram de falta de umidade e altas temperaturas em muitos momentos até agora em 2025, em momento da granação, o que gera temores de perdas ainda maiores. Recentes chuvas atenuaram apreensões, mas as precipitações foram irregulares em muitas áreas.
Em meio a isso, no balanço dos últimos sete dias em NY (entre as quintas-feiras 13 e 20 de março), o contrato maio subiu 1,7%, de 385,70 para 392,15 centavos de dólar por libra-peso. Mas, em relação à mínima vista no dia 17, o mercado avançou 5,1% neste contrato.
O robusta em Londres no mesmo comparativo, para maio, teve perda de 0,6%. Fatores técnicos pressionaram o mercado. O conilon no Brasil também não tende a ter grandes prejuízos nesta safra 2025, ao contrário do arábica, o que é um aspecto de pressão. Mas há muitas atenções no clima para a próxima safra de robusta vietnamita. Fatores técnicos também pressionaram.
No mercado físico brasileiro de café, a semana teve dias mais movimentados e outros de comercialização travada diante da postura retraída dos vendedores e cautelosa dos compradores. No balanço entre as últimas quintas-feiras, o café bebida boa no sul de Minas Gerais avançou de R$ 2.520,00 para R$ 2.590,00 a saca na base de compra, aumento de 2,8%. O conilon tipo 7, em Vitória/Espírito Santo, recuou 0,25% no período, de R$ 2.015,00 para R$ 2.010,00 a saca.
Lessandro Carvalho – Safras News