Publicado em 17.03.2006, às 17h27
Uma xícara de café por dia contribui para proteger o fígado contra doenças graves como a cirrose e o câncer, especialmente quando a causa delas é o consumo excessivo de álcool, segundo um estudo do instituto italiano Mario Negri.
Os resultados da pesquisa foram detalhados durante um congresso sobre doenças hepáticas realizado hoje em Roma. E o café provou ter propriedades benéficas se for consumido em doses adequadas.
O especialista em gastroenterologia Adolfo Francesco Attili, da Universidade La Sapienza, ressaltou a importância dos resultados porque “podem levar à descoberta de moléculas protetoras contidas no café, provavelmente antioxidantes”, mas lembrou que o excesso delas pode causar problemas como taquicardia e insônia.
Já Alessandra Tavani, do Instituto Mario Negri, uma das autoras do estudo, explicou que quanto maior o consumo de café, menor a presença da enzima gama-glutamil transpeptidase (GGT), também chamada de transferase, que é um dos indicadores da cirrose.
O café também reduz a presença de outra enzima que mede os danos hepáticos, a alanina transaminase (ALT), afirmou Tavani.
Ela acrescentou que vários estudos demonstram que, entre os consumidores de álcool, aqueles que bebem quatro ou mais xícaras de café por dia têm um risco de cirrose cinco vezes menor que aqueles que não tomam café. O risco de morte por cirrose se reduz em 30% nos pacientes que consomem muito café.
O mesmo acontece com o hepatocarcinoma, a forma mais freqüente de câncer de fígado. Diversos testes realizados nos últimos anos indicam que o consumo de café reduz o risco de desenvolver este tipo de tumor, segundo Tavani.
A chave estaria na própria cafeína e nos numerosos antioxidantes presentes na bebida, como o magnésio e o ácido clorogênico, embora os pesquisadores achem que poderia haver outras moléculas protetoras ainda a serem identificadas.
Apesar de tudo, os analistas insistiram na necessidade de não abusar do cafezinho. Eles admitem que as substâncias benéficas poderiam ser usadas como base para novos remédios e tratamentos.
Fonte: EFE