As commodities explodiram durante a última semana com o potencial risco inflacionário que se desenha para o futuro e com a desvalorização acentuada do dólar americano. O café também aproveitou a maré alta e valorizou. Os países produtores de café aproveitaram para fixar suas vendas nesta subida, com exceção da Colômbia e alguns países da América Central que estão com seus estoques locais baixos e com um comportamento parecido com o período de entressafra.
“Os diferenciais para os cafés lavados continuam na estratosfera, dada a menor produção de Colômbia e a procura para seus substitutos. Enquanto os diferenciais dos suaves continuam firmes, os naturais permanecem fracos, como brasileiro. Esta dualidade de preços entre “tipos” de café tem durado um tempo recorde. Se adicionarmos neste quadro o período de recessão que estamos vivendo, nos parece que mais e mais veremos uma mudança na mistura dos cafés (blend) que são vendidos para os consumidores finais”, analisa Arnaldo Corrêa, da Archer Consulting.
“Se hoje um torrador quiser comprar café colombiano tem que pagar o equivalente a R$ 479,18 por uma saca de 60kg, nada mal para os produtores não é? Ao mesmo tempo se o torrador comprar café brasileiro ele pagará R$ 262,69/saca. Uma “pequena” diferença de R$ 216,49/saca. Fica o questionamento: em um momento de recessão, você estaria disposto a pagar quase o dobro de preço para tomar sua dose diária de cafeína?”, avalia o consultor.
É óbvio que não estamos falando da mesma qualidade de café, e neste ponto o café é erroneamente considerado uma commodity, mas a diferença é estupidamente grande.