Café: Pressionados pelo aumento da umidade nas regiões produtoras brasileiras, futuros do arábica acumularam perdas nesta semana

5 de dezembro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

05/12/2014


BALANÇO SEMANAL — 1º a 05/12/2014


INVESTIMENTOS — Na semana passada, tivemos a honra de participar de dois importantes eventos, os quais demonstram a preocupação dos diversos elos da cadeia produtiva brasileira do café com o futuro da atividade e, em especial, com o pensamento de que haverá sustentabilidade em seu tripé socioeconômico-ambiental.


A Expocaccer, Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado, em 28 de novembro, iniciou um novo tempo. A entidade inaugurou uma sede administrativa moderna e imponente, condizente com a estrutura de serviços e com seu posicionamento no mercado e, também, a “Cafeteria Dulcerrado”, um ambiente sofisticado e acolhedor, bastante propício para receber os apaixonados por café, possibilitando a degustação das bebidas elaboradas através dos grãos da Região do Cerrado Mineiro.


Fundada em setembro de 1993, a Expocaccer, hoje, é a maior unidade armazenadora do Cerrado Mineiro, contribuindo sobremaneira para a promoção dos cafés da região, pois leva a diversas partes do mundo a qualidade dos produtos. Com oito armazéns e três galpões – certificados pela UTZ Certified, Café da Região do Cerrado Mineiro, Rainforest Alliance, Fairtrade, 4C e Inmetro – dentro do seu complexo, a Cooperativa tem capacidade para armazenar mais de 800 mil sacas. Além disso, está em construção uma nova estrutura que permitirá o estoque de mais 600 mil sacas.


O Conselho Nacional do Café enaltece o trabalho de excelência desenvolvido por um de seus associados, recordando que a Expocaccer vem ao encontro dos princípios de sua criação, que é atender ao anseio dos produtores do Cerrado Mineiro em ter uma instituição com espaço para armazenamento próprio, que os represente política e institucionalmente em colegiados como o CNC, e também ofereça suporte técnico e comercial aos cooperados nos mercados interno e externo, fatores que a credenciam como uma das 400 principais instituições do agronegócio brasileiro, sendo a quinta no segmento do café.


A outra inauguração de destaque foi a sede própria do Centro do Comércio do Café do Estado de Minas Gerais (CCCMG), também em 28 de novembro. Fundado em 1980, oferece diversa gama de serviços ao setor, entre os quais os de classificação e degustação, emissões de laudos e avaliações técnicas para concursos de qualidade, auditoria de estoques, emissão de certificados de origem, assistência técnica junto às unidades armazenadoras, além, logicamente, de todo o suporte na comercialização e na promoção de nossos cafés.


O Centro, ao longo de seus 34 anos, tem atuado com eficiência e dedicação em apoio à cafeicultura brasileira, com uma de suas grandes realizações tendo sido a criação do Porto Seco de Varginha, o que contribuiu para a realização de todos os trâmites para que se concretizassem as exportações de café diretamente do interior de Minas Gerais.


Para nós, do CNC, é motivo de orgulho ver o CCCMG crescendo e se estruturando a cada ano, pois o fortalecimento do Centro é, consequentemente, o fortalecimento de todos os atores da cadeia produtiva do café, com agregação de valor a todos os elos.


O Conselho Nacional do Café congratula a Expocaccer e o CCCMG por esses relevantes investimentos em prol de uma cafeicultura brasileira ainda mais sustentável, iniciativa com as quais temos vínculo, haja vista que mantemos nossa atuação com foco nas melhorias para todos os segmentos do agronegócio café no País.


MERCADO — Os futuros do arábica acumularam perdas nesta semana, pressionados pelo aumento da umidade nas regiões produtoras brasileiras, pelo real desvalorizado e também por fatores técnicos.


Segundo a Somar Meteorologia, a frente fria que se deslocou do Sul do Brasil nos últimos dias trouxe chuvas para o Paraná e também para São Paulo. A perspectiva para o final da semana é de enfraquecimento dessa frente fria, com ocorrência de pancadas de chuva típicas de verão, concentradas principalmente no cerrado.


Quanto ao câmbio brasileiro, o real se mantém enfraquecido ante o dólar, mesmo após a alta de 0,5% da taxa de juros básica da economia (Selic) para 11,75%. Ontem, após o Banco Central sinalizar parcimônia nos futuros aumentos dos juros, a divisa norte-americana foi cotada a R$ 2,5898, com alta acumulada de 0,7% na semana.


Especulações sobre a possibilidade dos fundos de índice liquidarem suas posições no mercado de arábica negociado na ICE Futures US, um movimento típico para o início do ano, também contribuem para a desvalorização das cotações do café.


De acordo com o relatório semanal da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), os fundos de índice reduziram o saldo líquido comprado, de 42.536 lotes em 18 de novembro, para 39.656 lotes no dia 25. Por outro lado, o saldo líquido comprado dos fundos de investimento cresceu 16%, atingindo 35.433 lotes na semana encerrada em 25 de novembro.


O vencimento dezembro do Contrato C, negociado na Bolsa de Nova York, foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,8245 por libra-peso, acumulando desvalorização de 500 pontos em relação ao final da semana anterior. Na ICE Futures Europe, o vencimento janeiro/2015 dos futuros do café robusta encerrou a sessão de ontem a US$ 2.048 por tonelada, com perdas de US$ 26 desde a última sexta-feira.


Quanto ao mercado físico brasileiro, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que as negociações foram fracas nos últimos dias, com os produtores aguardando novas altas nos preços. Ontem, os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 459,55/saca e a R$ 281,24/saca, respectivamente, com variação de 2,5% e -0,2% no acumulado da semana.


O Cepea também chama atenção para a consistente valorização do café conilon no Brasil, com as cotações do indicador desta variedade registrando alta por quatro meses consecutivos até o final de novembro. No ano, o crescimento é de 40% e foi impulsionado pela valorização dos preços do café arábica e pelo aquecimento da demanda dos exportadores.



Fonte: CNC

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