CAFÉ: PREÇOS MANTIVERAM DESCIDA EM ABRIL

O mercado internacional de café manteve sua trajetória negativa para os preços do grão ao longo do mês de abril. Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) para o arábica e na Bolsa de Londres (LIFFE) para o robusta, parâmetros da comercialização internacional da commodity, as cotações recuaram diante da visão de um cenário de oferta bem assegurada para os compradores, embora sem folgas.

Existe a preocupação com a ferrugem na América Central, o que é um fator altista, já que gera ampla apreensão em relação à oferta de grãos arábica de alta qualidade da região. Entretanto, o mercado enxerga que o Brasil terá uma boa safra em 2013, mesmo sendo ano de menor produção dentro da bienalidade cafeeira, compensando reduções na safra dos centrais adiante.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, em relação à oferta e demanda o mês de abril não trouxe fatos novos que pudessem gerar uma recuperação nas cotações. O Brasil ainda tem boa parte da safra 2012 a vender e estamos às portas da colheita da safra nova, que será muito forte para um ano de ciclo baixo produtivo.

A demanda continua “quieta”, segundo Barabach, com os grandes players mantendo a cautela e adquirindo café da mão-para-boca. E o cenário fica ainda mais discreto agora com a chegada da primavera no Hemisfério Norte, quando as temperaturas sobem e o consumo fica arrefecido tradicionalmente em grandes nações consumidoras (Europa e EUA). Afora isso, o quadro europeu ainda é de crise econômica, com amplos temores nos mercados, o que prejudica avanços nos preços das commodities nas bolsas, com investidores sempre com o “pé atrás”. Ainda falando em aspectos macroeconômicos, Barabach lembra ainda que os Estados Unidos e a China estão “patinando” em relação ao crescimento econômico, com números modestos e decepcionantes, sobretudo os chineses, o que afeta os mercados.

No arábica, para completar o tom negativo para as cotações, o governo brasileiro tarda em anunciar o novo preço mínimo do café, que pode melhorar as condições para a realização de operações como leilões de opções e Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), e isso não está sendo nada bem visto em NY.

No balanço mensal, o contrato julho do café arábica na Bolsa de Nova York caiu de 139,65 centavos de dólar por libra-peso (cotação de fechamento de 29 de março) para 135,10 cents/lb no fechamento de abril (dia 30/04), o que representa queda acumulada de 3,3%. Na Bolsa de Londres, o café robusta, sobre efeito das notícias negativas aos preços da melhora no clima, com chuvas, para regiões do Vietnã, recuou 3,2% no mesmo comparativo, passando o contrato julho na LIFFE de US$ 2.074 a tonelada para US$ 2.007.

No mercado físico brasileiro, onde os produtores estão indignados com a demora no anúncio do novo preço mínimo, as cotações do arábica seguiram as perdas internacionais. No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida dura recuou em abril de R$ 305,00 a saca (fim de março) para R$ 297,00 (30 de abril), queda de 2,6%. Já o conillon ficou mais equilibrado, com cotação fechando abril em R$ 247,00 a saca (mesmo preço do fim de março). O dólar não ajudou em nada na formação dos preços do café no Brasil, caindo no mês 1% no comercial, baixando de R$ 2,021 para R$ 2,001.
 
(LC)

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