Baixa nos preços do café robusta acabou puxando o indicador diário de preço da OIC para 110,89 cents/lb no mês passado, o nível mais baixo desde janeiro de 2014
A OIC (Organização Internacional do Café) ressalta em seu informativo mais recente que os preços da variedade robusta atingiram o patamar mais baixo em cinco anos e meio no mês de janeiro, registrando 74,71 cents por libra-peso. Esse declínio é atribuído pela Instituição a uma oferta maior do que se imaginava por parte do Vietnã, onde há café da nova safra para entrada no mercado em breve, além de estoques remanescentes do ano passado.
A baixa nos preços do café robusta acabou puxando o indicador diário de preço da OIC para 110,89 cents/lb no mês passado, o nível mais baixo desde janeiro de 2014. No final do mês, os preços do café se recuperaram ligeiramente, mas ainda seguem baixos. “Essa queda coincidiu com uma derrocada mais ampla dos preços dos produtos básicos, induzida pelo colapso dos preços do petróleo”, diz o relatório.
A Organização ressalta ainda que os bons volumes exportados de café no ano passado são indícios de que as preocupações com a oferta do produto no mercado são mínimas.
Somente no primeiro trimestre do ano cafeeiro 2015/16 foram exportadas 26,9 milhões de sacas de 60 kg, uma alta de 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Levando em conta a estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a safra 2016/17 do Brasil deve ser mais alta, entre 49,1 a 51,9 milhões de sacas, após duas temporadas de produção menor. “Isso também pode estar gerando pressões baixistas sobre os preços”.
Os valores dos três grupos de arábica também caíram em janeiro (3,3% nos Suaves Colombianos, 2,4% nos Outros Suaves e 2% nos Naturais Brasileiros), e do lado da oferta as perspectivas parecem positivas. Os embarques da variedade totalizaram no primeiro trimestre de 2015 cerca de 17,5 milhões de sacas, com alta de 11%. O maior aumento foi o dos Suaves Colombianos, pois a Colômbia embarcou 3,5 milhões de sacas, o maior volume em um primeiro trimestre desde a safra 2001/02. As exportações de Outros Suaves aumentaram 11,7% e as dos Naturais Brasileiros 9,6%.
Por outro lado, calcula-se que as exportações de robusta diminuíram 10,1% no período, com queda nas estimativas das exportações das maiores origens, Vietnã e Indonésia, de 11% e 23,4%, respectivamente. Entretanto, as exportações do Vietnã começaram a se recuperar, calculando-se que tenham alcançado 2 milhões de sacas em dezembro, o maior volume mensal exportado pelo país desde março de 2015.
Em relação ao consumo no ano civil 2014, a OIC revisou os números para cima, passando para 150,2 milhões de sacas. Os números referentes ao consumo interno em alguns países exportadores, da Ásia em particular, foram os mais ajustados.