Café: preços devem cair nas próximas duas safras, diz consultora

Café: preços devem cair nas próximas duas safras, diz consultora
Agência Estado
08/08/2011
 


 
Filipe Domingues
 
A corrida positiva dos preços do café deve ter realmente acabado, já que um de seus principais impulsos, a oferta apertada, deve abrir espaço para um fator baixista no mercado pela primeira vez em seis anos, de acordo com a consultora Judith Ganes-Chase, presidente da J. Ganes Consulting. Ela espera que os preços recuem de seus níveis atuais durante as próximas duas temporadas, enquanto o mercado se movimenta para um equilíbrio entre oferta e demanda em 2011/12 e, depois, para um “superávit massivo” de oferta em 2012/13. “Tenho sido altista para café por quase seis anos e acredito que a maré está virando”, disse. “Os preços altos não podem durar para sempre e quanto mais tempo eles ficarem em níveis elevados, mais baixista o mercado vai ser depois.”
 
Os futuros de café em Nova York iniciaram um rali no início deste ano, enquanto os temores relacionados à oferta apertada puxaram as cotações para as máximas em décadas, a mais de 300 cents/lb em maio, e criaram um prêmio recorde para o café arábica. Mas desde então os preços caíram 25%, pois as preocupações perderam força e alguns analistas acreditam que os mercados de café agora enfrentam uma mudança estrutural, enquanto produtores respondem aos altos preços expandindo suas plantações e substituindo cafeeiros mais antigos.
 
Ganes-Chase disse que concorda com as previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que estima a produção global em 135 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2011/12, com consumo de 133 milhões de sacas, embora “uma perda de estatística entre exportações e importações” deva manter o mercado equilibrado. Com a produção da Colômbia, maior fornecedor de arábica suave, estimada entre 8,2 e 8,5 milhões de sacas, ante 9,5 milhões de sacas previstos antes pelo USDA, a oferta apertada de grãos premium manterá o mercado volátil.
 
Como as torrefadoras dos Estados Unidos e da Europa já definiram suas misturas, apesar de recorrer a variedades mais baratas, os grãos arábica devem manter um prêmio elevado sobre a variedade robusta na próxima temporada. Entretanto, para mais adiante, Ganes-Chase está “com os baixistas”, pois avalia que o aumento do consumo em países como o Brasil – que ela espera superar os Estados Unidos em dois anos como maior consumidor de café – não deve conter um aumento da oferta global no longo prazo.
 
“Não acho que vai impactar nos preços, se estão produzindo mais de 60 milhões de sacas e são capazes de acomodá-las, além do consumo global”, afirmou. “O pêndulo deve balançar de volta para o outro lado.” As informações são da Dow Jones.


  
  

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