O mês de outubro foi de altas no mercado internacional do café. As cotações voltaram a atingir os patamares mais elevados desde 1997 e superaram a marca importante de US$ 2,00 por libra-peso para o arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures). O mercado demonstrou renovadas preocupações com o aperto na oferta global e com notícias de problemas para as safras da Colômbia e América Central. E ainda há em 2011 a temerosa produção de ciclo baixo no Brasil, dentro da bienalidade da lavoura cafeeira.
A Colômbia enfrentou chuvas excessivas recentemente e a umidade trouxe notícias de doenças fúngicas nas lavouras. Autoridades do país falam em possíveis perdas de produtividade. Na América Central, tempestades tropicais têm sido uma ameaça constante e podem haver também quebras em países produtores.
Embora as chuvas tenham vindo e melhorado as condições em regiões produtoras do Brasil, seguem os temores de que a escassez de umidade ao longo de 2010 possa trazer prejuízos na safra 2011. Como esta já é uma safra naturalmente menor dentro do ciclo bienal, qualquer empecilho climático pode agravar ainda mais o quadro. Por tudo isso, as cotações na Bolsa de NY voltaram a bater nos US$ 2,00 por libra-peso.
A chegada da temporada de frio no Hemisfério Norte é fator também altista. As grandes indústrias torrefadoras do mundo demandam mais café para atender o crescimento do consumo. A oferta escassa no mercado principalmente para grãos arábica de maior qualidade é um problema.
No balanço mensal da ICE Futures, as cotações no contrato dezembro do arábica subiram de 183,05 para fechar o dia 28 de outubro (quinta-feira) a 196,60 cents/lb, acumulando alta no mês de 7,4%. Vale lembrar que o mercado chegou a romper os 200 cents por libra ao longo de outubro.
No mercado físico brasileiro, os produtores aproveitaram os preços no mês e venderam nos melhores momentos volumes mais interessantes de café, mas quando o mercado torna-se desfavorável com quedas em NY o cafeicultor volta a se retrair, segurando a oferta. O dólar no balanço mensal até dia 28 acumulou alta de 1,3%, sendo, enfim, melhor para o produtor, ou não atrapalhando tanto na formação do preço do café.
No balanço mensal, tomando por referência o sul de Minas Gerais, o café arábica bebida dura chegou a esse dia 28 de outubro a R$ 353,00 a saca de 60 quilos, acumulando valorização de 10,3% no comparativo com o final de setembro (R$ 320,00 a saca).