Café pode subir 8% até dezembro
Com queda na oferta dos produtores, grão já subiu cerca de 15% este ano
VALOR médio atualmente é de R$ 2,41 por 250 gramas AMANDA SEABRA
E KELE GUALBERTO Os pernambucanos deverão pagar mais caro pelo cafezinho até o fim do ano. A previsão do presidente da Associação Pernambucana de Supermercados (Apes), Geraldo José da Silva, é de que o reajuste fique em torno de 5% a 8% para o consumidor final. Atualmente, nas prateleiras dos supermercados, o café é comercializado em pacotes de 250 gramas com o preço médio de R$ 2,41, de acordo com a Apes. Já o quilo do café moído custa, em média, R$ 9,64, de acordo com a pesquisa da Apes divulgada em junho.
“No ano passado, o consumidor podia comprar o mesmo café por menos de R$ 2. A reação das pessoas ainda não refletiu na queda das vendas, mas os consumidores devem começar a sentir o aumento”, afirmou Silva. Segundo o presidente da Apes, ao longo dos primeiros meses do ano, o consumidor já teve que pagar cerca de 15% a mais pelo pacote de café. A variação ocorreu devido a uma previsão, no varejo, de que o ano de 2007 não seria positivo na produção do café. A conclusão veio a partir da diminuição da oferta dos produtores já em janeiro.
A justificativa para o reajuste foi dada pelo diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de café (Abic), Nathan Herzskowicz. Ele explicou que, neste ano, a perspectiva é de que a produção brasileira seja de dez milhões de sacas a menos do que no ano passado, quando fechou com 43 milhões de sacas de café. “Hoje, a soma dos estoques técnicos privados e do governo mais a produção chegará a 40 milhões de sacas. Mas a previsão é de que o consumo seja de 45 milhões de sacas, ou seja, haverá um déficit de cinco milhões de sacas no mercado”, destacou Herzskowicz, ressaltando que este é o menor estoque físico dos últimos 30 anos.
Levantamentos realizados pela Abic apontam que, no período compreendido entre novembro de 2005 a outubro de 2006, foram consumidas 16,33 milhões de sacas de café, o que representa um aumento na demanda da ordem de 5,10% em relação a novembro de 2004 e outubro de 2005, quando o volume consumido havia sido de 15,53 milhões de sacas. “O mercado brasileiro ganha cada vez mais destaque e já representa 14% da demanda mundial”, afirmou o presidente da Abic, Guivan Bueno.