05/05/2009 – Quente, gostoso – para a consultora de moda Ellen Christina, não dá para acordar sem ele. “Em cinco minutos eu já estou bem. Estava com muito sono, bocejando, tomei um cafezinho para despertar”.
O café da manhã agora é também da tarde, noite, madrugada.
“Eu tomo café o dia todo, praticamente”, conta um senhor.
No inverno, então… “Eu sou de uma região serrana onde a temperatura no período de inverno chega a 5ºC, 6ºC. O cafezinho dá aquele “tchan” gostoso”, comenta o agricultor Edson Pimenta.
A fumaça, o aroma, o gosto. Aquele café coado com filtro de pano ainda é o preferido. O café preto ganha dos incrementados que vêm com chocolate, chantilly, canela…
“Não pode faltar. Forte, expresso e sem açúcar”, diz a aposentada Tasmânia Guerra.
Claro que nem todo mundo considera o café assim tão irresistível. Tem gente que evita porque acha que dá dor de estômago, vicia. O médico já mandou Bete parar com a mania de tomar toda hora. Não adiantou: “são 50 cafezinhos”.
A Associação Brasileira da Indústria de café (Abic) fez uma pesquisa só para traçar o perfil do consumidor. Descobriu que aumentou o número de jovens que toma a bebida. Separados e viúvos também.
Para o psicanalista e psiquiatra Edson Abdala, o café é como um consolo para a solidão: “É uma substância psico-estimulante que pode promover um certo alívio desse sofrimento”.
Os apaixonados por café têm outra explicação. É a chance de socializar, já que, de acordo com a pesquisa, o hábito de sair de casa para tomar a bebida é cada vez mais comum.
“A gente sai para tomar café e falar da vida dos outros e da nossa própria”, ri a professora Gláucia Oliveira.
Ali, na mesa do bar, entre uma xícara e outra, às vezes acontece algo mais que uma degustação.
“Acho que paquera pode acontecer em qualquer lugar, inclusive num café. Pode ser um local propício, por que não?”, confirma a química Gabriela Magarelli.