Café pode faltar para Brasil atender demanda em 2009

Por: Patrocínio Hoje

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silas Brasileiro, e o diretor do Dcaf (Departamento do Café), Lucas Tadeu Ferreira, apresentaram, na manhã de hoje, os números apurados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) relativos aos estoques de café do setor privado, com data de referência de 31 de março de 2008.


De acordo com os dados, no final do terceiro mês deste ano, os industriais, exportadores e cooperativas, dentre outros, possuíam 10.364.995 sacas de 60 kg em estoque, sendo 9.586.724 sacas relativas à variedade arábica e 778.271 sacas à conillon. Esse volume total representou uma queda de 41,05% na comparação com as 17.584.105 sacas estocadas pelo setor privado em 31 de março de 2007.


Redução
A redução contínua que vem ocorrendo nos níveis estocados pelo Brasil implica na necessidade da elaboração de políticas e na utilização de ferramentas de mercado que gerem renda ao cafeicultor, de maneira que sejam possibilitados a permanência do mesmo na atividade e, principalmente, o aumento da produtividade dos cafezais.


Dentre esses instrumentos e políticas citados, merecem destaque os leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) — ferramenta para qual o governo já disponibilizou R$ 300 milhões das 2OC (Operações Oficiais de Crédito) neste ano — e os leilões de Opções Públicas, por meio do qual o governo entraria comprando o produto, garantindo uma remuneração mínima apropriada ao cafeicultor brasileiro.


Risco
Caso esses mecanismos geradores de renda não sejam implantados, corre-se o risco de o setor produtivo da cafeicultura nacional não cumprir com a demanda existente e crescente. Para este ano, espera-se que as exportações de café fiquem em torno de 27 milhões de sacas, ao passo que o consumo deve chegar a 18 milhões de sacas. Ou seja, a soma desses volumes corresponde à safra a ser colhida este ano, prevista pela Conab em 45,5 milhões de sacas.


Portanto, como a cafeicultura é uma cultura perene, alternando ciclos de baixa e alta produção, para a safra do ano que vem, de ciclo baixo, caso o produtor não tenha condições para incrementar sua produtividade, faltará café para o Brasil atender às demandas interna e externa.


As informações são de Gilson Ximenes, presidente do CNC.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.