19/07/2015
Colheita em áreas montanhosas exige habilidade para evitar o desperdício. Em compensação, o café colhido é de qualidade superior.
Manoela Borges
Produtores de café das regiões montanhosas de Minas Gerais enfrentam grandes obstáculos para cuidar da lavoura. Em compensação, o café colhido é de qualidade superior e proporciona boa renda para os agricultores e para os colhedores.
No sul de Minas, as lavouras de café estão por toda a parte. Um verdinho lá no alto do morro? Pode acreditar, é café. E o caminho para chegar até ele não é fácil. Ladeiras, estradas estreitas onde só é possível subir com a ajuda de tratores e veículos com tração. O sacolejo faz parte da viagem. E, nessa época do ano, as lavouras ficam barulhentas.
As mãozinhas, como são conhecidas as máquinas, derrubam o café. Como o terreno é íngreme, as colheitadeiras não entram.
Há quatro anos, o trabalhador rural Jeonis Costa deixa a Bahia para colher o café na região. Rápido, ele consegue encher, em média, 30 sacas do grão em coco por dia. Isso lhe rende por dia até R$ 300.
O agricultor Gilson dos Santos tem uma lavoura com 35 hectares em Conceição da Aparecida, no sul de Minas. Toda a plantação está em áreas de morro e o gasto só para apanhar esse café não sai barato. São cerca de R$ 100 por saca para tirar do pé e levar até a propriedade.
Em Conceição da Aparecida, 90% das lavouras estão em locais de montanhas, de onde saem os cafés de melhor qualidade da região. O técnico em agropecuária da Emater Bruno de Almeida diz que a planta gosta das noites frias. “O clima favorece a frutificação e a qualidade dela”, explica.
Além do esforço físico, a colheita do café em áreas montanhosas exige experiência e habilidade para evitar a perda da produção. Os trabalhadores têm que cobrir o máximo possível o chão para segurar o café, porque, nessa altura, o que cair é desperdício, não dá para recuperar mais.
Seu Adenilson Alves tem uma lavoura de 2,5 hectares com oito mil pés de café cultivados. Ele conta que a mão de obra é escassa, pois não é serviço para qualquer um. “Muita gente já veio aqui para colher café, nos deixou sozinho aqui e foi embora”, diverte-se.
Por causa da qualidade do café produzido na montanha, os agricultores recebem uns 15% a mais do que o preço normal da saca.
Edição do dia 19/07/2015
Café plantado nas montanhas garante qualidade do grão e renda extra
Colheita em áreas montanhosas exige habilidade para evitar o desperdício.
Em compensação, o café colhido é de qualidade superior.
Manoela Borges Do Globo Rural
Produtores de café das regiões montanhosas de Minas Gerais enfrentam grandes obstáculos para cuidar da lavoura. Em compensação, o café colhido é de qualidade superior e proporciona boa renda para os agricultores e para os colhedores.
No sul de Minas, as lavouras de café estão por toda a parte. Um verdinho lá no alto do morro? Pode acreditar, é café. E o caminho para chegar até ele não é fácil. Ladeiras, estradas estreitas onde só é possível subir com a ajuda de tratores e veículos com tração. O sacolejo faz parte da viagem. E, nessa época do ano, as lavouras ficam barulhentas.
As mãozinhas, como são conhecidas as máquinas, derrubam o café. Como o terreno é íngreme, as colheitadeiras não entram.
Há quatro anos, o trabalhador rural Jeonis Costa deixa a Bahia para colher o café na região. Rápido, ele consegue encher, em média, 30 sacas do grão em coco por dia. Isso lhe rende por dia até R$ 300.
O agricultor Gilson dos Santos tem uma lavoura com 35 hectares em Conceição da Aparecida, no sul de Minas. Toda a plantação está em áreas de morro e o gasto só para apanhar esse café não sai barato. São cerca de R$ 100 por saca para tirar do pé e levar até a propriedade.
Em Conceição da Aparecida, 90% das lavouras estão em locais de montanhas, de onde saem os cafés de melhor qualidade da região. O técnico em agropecuária da Emater Bruno de Almeida diz que a planta gosta das noites frias. “O clima favorece a frutificação e a qualidade dela”, explica.
Além do esforço físico, a colheita do café em áreas montanhosas exige experiência e habilidade para evitar a perda da produção. Os trabalhadores têm que cobrir o máximo possível o chão para segurar o café, porque, nessa altura, o que cair é desperdício, não dá para recuperar mais.
Seu Adenilson Alves tem uma lavoura de 2,5 hectares com oito mil pés de café cultivados. Ele conta que a mão de obra é escassa, pois não é serviço para qualquer um. “Muita gente já veio aqui para colher café, nos deixou sozinho aqui e foi embora”, diverte-se.
Por causa da qualidade do café produzido na montanha, os agricultores recebem uns 15% a mais do que o preço normal da saca.