Na sessão desta terça-feira (2), os futuros do café negociados na Bolsa de Nova York (Ice Futures US) operam do lado negativo da tabela. Segundo o analista de mercado, Rodrigo Costa, o mercado internacional está com a percepção de boa disponibilidade do café arábica, o que prejudica a demanda pelo produto no curto prazo. “O mercado vem caindo consistentemente, e os investidores que têm postergado as compras tem se favorecido”, acredita o analista.
Por outro lado, o CMN (Conselho Monetário Nacional) tenta sinalizar aos compradores que a oferta de café do Brasil será menor do que as estimativas do mercado. O analista destaca que se houver uma medida que retenha o grão brasileiro poderá ocorrer uma mudança nos patamares dos preços.
“O mercado acredita que o Brasil tem um nível de estocagem maior do que o normal, e também irá começar uma safra que, apesar de um ciclo de produção mais baixa, não será tão baixa. E se tiver algum evento que retire esse café do mercado poderemos ter mudanças nos níveis de preços”, ratifica Costa.
O analista ainda sinaliza que a posição vendida dos fundos de investimentos é grande, próximos do recorde histórico, e que acaba sendo uma alavanca para elevar os preços. “Situação que já acontece. Mas, enquanto não tivermos a certeza de algum tipo de retirada do grão no mercado, os preços ficam mais vulneráveis para cair. Principalmente, porque o mercado do café robusta em Londres está pressionado, muitos investidores estão olhando as chuvas no Vietnã, o que pode pressionar o mercado e, consequentemente, a bolsa de NY”, explica o analista.
Outro fator que também poderia beneficiar o mercado brasileiro de café é o ataque de fungos nos cafezais na América Central. Segundo analistas, a praga teria comprometido cerca de 3 milhões de sacas do grão da produção. “Com os altos preços do produto do Brasil nos últimos anos, o país acabou perdendo uma parte participação no mercado. E migrou um pouco para o robusta, mudança nos blends dos torradores e eventualmente se tivermos uma problema de quebra pode favorecer o Brasil, não necessariamente em preços, mas em ganhar um pouco a participação que tenha perdido”, afirma Costa.
Fonte: Notícias Agrícolas // Kellen Severo/ João Batista Olivi e Fernanda Custódio