ECONOMIA 04/03/2008
Café perde em rentabilidade
JOSIANE SCHULZ
jschulz@grupoatarde.com.br
A tendência de aumento do preço do café, cotado a US$ 170 a saca de 60 quilos – valor 12,6% maior que a média do mês de janeiro, calculada em US$ 151 –, não tem representado para os cafeicultores brasileiros motivo suficiente para comemorações. O problema está na desvalorização da moeda norte-americana frente ao real. Na conversão do valor cotado pelo mercado internacional para a moeda brasileira, os ganhos são menos expressivos.
“Essa é a perversidade da variação cambial. Há mercado, o preço está em alta, o quadro representaria uma oportunidade de recuperar a renda dos produtores, mas o problema é o câmbio”, disse, ontem, Guilherme Braga, diretor executivo do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, durante o 9° Agrocafé, Simpósio Nacional do Agronegócio do Café, em Salvador.
Na ponta do lápis, ao converter os preços do café em dólar para o real, registra-se uma diferença de quase quatro pontos percentuais a menos na valorização do produto. Enquanto em dólar o incremento no preço foi de 12,6%, em real, o índice é de 8,8%.
Para Mauro Malta, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), essa diferença afeta a competitividade do café brasileiro.
O presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Sílvio Leite, destacou a pequena margem de rentabilidade que a cultura acaba tendo.
De acordo com ele, em lavouras comerciais, o custo de produção chega a R$ 235 a saca, o que representa 80% do preço final.
Leite disse que os produtores esperavam que, com a desvalorização do dólar, os insumos importados também registrassem queda de preço. “Mas isso não ocorreu. Não estamos sentindo os reflexos da queda do dólar nesses preços”, afirmou.
Além de novidades tecnológicas e de pesquisa, o 9º Agrocafé trata de temas como plano de comercialização e financiamento.
O evento ocorre até amanhã, no Hotel Pestana, e reúne empresas de pesquisa, cafeicultores, representantes dos governos, exportadores e torrefadores.
ECONOMIA
04/03/2008
Café perde em rentabilidade
JOSIANE SCHULZ
jschulz@grupoatarde.com.br
A tendência de aumento do preço do café, cotado a US$ 170 a saca de 60 quilos – valor 12,6% maior que a média do mês de janeiro, calculada em US$ 151 –, não tem representado para os cafeicultores brasileiros motivo suficiente para comemorações. O problema está na desvalorização da moeda norte-americana frente ao real. Na conversão do valor cotado pelo mercado internacional para a moeda brasileira, os ganhos são menos expressivos.
“Essa é a perversidade da variação cambial. Há mercado, o preço está em alta, o quadro representaria uma oportunidade de recuperar a renda dos produtores, mas o problema é o câmbio”, disse, ontem, Guilherme Braga, diretor executivo do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, durante o 9° Agrocafé, Simpósio Nacional do Agronegócio do Café, em Salvador.
Na ponta do lápis, ao converter os preços do café em dólar para o real, registra-se uma diferença de quase quatro pontos percentuais a menos na valorização do produto. Enquanto em dólar o incremento no preço foi de 12,6%, em real, o índice é de 8,8%.
Para Mauro Malta, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), essa diferença afeta a competitividade do café brasileiro.
O presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Sílvio Leite, destacou a pequena margem de rentabilidade que a cultura acaba tendo.
De acordo com ele, em lavouras comerciais, o custo de produção chega a R$ 235 a saca, o que representa 80% do preço final.
Leite disse que os produtores esperavam que, com a desvalorização do dólar, os insumos importados também registrassem queda de preço. “Mas isso não ocorreu. Não estamos sentindo os reflexos da queda do dólar nesses preços”, afirmou.
Além de novidades tecnológicas e de pesquisa, o 9º Agrocafé trata de temas como plano de comercialização e financiamento.
O evento ocorre até amanhã, no Hotel Pestana, e reúne empresas de pesquisa, cafeicultores, representantes dos governos, exportadores e torrefadores.