Café ou achocolatado com leite está mais caro para o consumidor

Por: 17/05/2007 10:05:12 - MilkNet

PR: Leite longa vida acumula alta de 26,72%

Período de entressafra reduz oferta e aumenta o preço para o consumidor: derivados também devem ter reajusteCuritiba/PR – Tomar café ou achocolatado com leite está mais caro para o consumidor. O leite subiu 26,72% para o consumidor final desde o início do ano até ontem. O litro do produto que custava, em média, R$ 1,16 no começo de 2007 hoje sai por R$ 1,47, em média. Estes preços são referentes ao produto longa vida integral pesquisado pelo serviço Disque-Economia da Secretaria de Abastecimento de Curitiba. O valor mais barato encontrado ontem na Capital era de R$ 1,30 e o mais caro R$ 1,68, o que representa uma variação de 29,23% entre o menor e o maior preço. Em Londrina, os preços têm oscilado entre R$ 1,35 a R$ 1,75.


O leite tipo C, vendido em pacotes plásticos e também conhecido como barriga mole também ficou mais caro. No começo do ano, o preço médio era de R$ 0,97. Ontem, em Curitiba, era vendido por R$ 1,14, o que representa uma alta, no ano, de 17,53%. O produto variava ontem de R$ 0,99 a R$ 1,27 ou uma diferença de 28,28% entre o menor e o maior preço.


Na segunda quinzena de maio de 2006, tanto o longa vida como o tipo C estavam com o preço médio mais baixo. O longa vida custava, em média, R$ 1,32 e o tipo C R$ 1,05, de acordo com levantamento do Disque Economia.


O coordenador do projeto Disque Economia, Henri Paulo Lira, lembrou que o preço começou a pesar mais no bolso do consumidor a partir do final do mês de abril. Em 22 de março, a média de preço do litro do leite longa vida passou da casa de R$ 1,20. Em 12 de abril passou de R$ 1,30 e, a partir de 26 de abril, passou de R$ 1,40 e começou a fazer diferença no orçamento.


Lira disse que, geralmente, nas sextas-feiras e sábados, o preço do leite fica um pouco menor porque o produto entra em promoção nas redes de varejo como uma espécie de chamariz. O Disque Economia pesquisa 268 itens diariamente em 16 supermercados de Curitiba.


A engenheira agrônoma, assessora da Comissão Técnica da Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e representante do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite), Maria Silvia Digiovani, disse que o produto subiu devido à entressafra (que vai do final de março até a segunda quinzena de setembro) e à valorização internacional que o leite sofreu.


Nesta época de preço mais elevado que é a entressafra, está acontecendo no Brasil inteiro disputa pelo leite. Quanto menos oferta, mais caro fica, disse. Ela destacou que agora está ocorrendo uma boa época de preços internacionais para produtos lácteos em geral. A média histórica destes produtos é de US$ 2 mil a US$ 2,5 mil a tonelada. Hoje, a tonelada está cotada em US$ 4 mil.


Maria Silvia explicou que a estiagem que atingiu os principais países produtores – Austrália e Nova Zelândia – fez a oferta do produto reduzir no mundo. Os dois países juntos são responsáveis por 40% das exportações mundiais. O produto é exportado em pó, em forma de leite condensado e de queijos. Com a valorização do preço no mercado internacional, os produtores estão aproveitando o momento para exportar o máximo possível e, com isso, falta produto no mercado interno.


A tendência é que o preço pago ao produtor aumente e, consequentemente, haverá o repasse para o consumidor final, disse. Os derivados de leite também devem subir. O repasse para o consumidor vai depender das grandes redes de varejo, afirmou.


O Paraná conta hoje com 100 mil produtores de leite e produz 2,5 bilhões de litros por ano, ou seja, 10% da produção nacional, segundo dados do IBGE de 2005. O Estado conta com aproximadamente 300 indústrias do setor.


Fonte: Folha de Londrina/PR, adaptado pela Equipe Milknet 

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