Café Orfeu lança Eurídice, a marca para as mulheres

14 de fevereiro de 2007 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: 12/02/2007 06:02:27 - Valor Econômico

Marisa Cauduro/ValorJosé Renato e Ana Cecília administram o negócio do café Orfeu na Fazenda Sertãozinho, no interior de São Paulo As torrefadoras e cafeterias começam a testar a segmentação do mercado de café no Brasil, seguindo um caminho já percorrido há tempos pela indústria do vinho. A fazenda mineira Sertãozinho, que lançou no ano passado o Orfeu, o seu primeiro “blend” para o consumidor final, criou uma versão “feminina”, que deve chegar ao varejo neste ano.


Batizado de Eurídice, a amada de Orfeu na mitologia grega, o novo “blend” é mais leve, porém, um pouco mais ácido. “O Orfeu é um café encorpado, complexo e com muita personalidade. O Eurídice já não é tão complexo assim, mas é mais suave”, diz Ana Cecília Carvalho Gonçalves Dias, diretora de marketing do café Orfeu, cujas vendas alcançaram 2 mil quilos mensais no ano passado. A meta da torrefadora – que no seu primeiro ano de vida conquistou clientes como Rubayat, Fogo de Chão, Casa Santa Luiza, Toro, café Latte e Empório Natan – é chegar a 10 mil quilos por mês em 2007. A nova marca será vendida em restaurantes e cafeterias.


A aposta no paladar feminino tem a sua razão de ser. Nos cursos de barista ministrados pela especialista Isabela Raposeiras, elas estão em pé de igualdade com os homens. A presença dos dois sexos é sempre equilibrada. “Pode ser uma coincidência, mas nos cinco últimos campeonatos nacionais de baristas, quatro foram vencidos por mulheres”, diz Isabela.


Uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria do café (Abic) mostra que, entre os consumidores da bebida, as mulheres são maioria: 52%. E também são mais predispostas: 19% das consumidoras disseram que vão beber mais este ano, enquanto, entre os homens, esse percentual é de 14%.


“Já há um público de café no Brasil capaz de perceber a complexidade das bebidas”, diz Isabela, que foi chamada pela rede de cafeterias Havana para a criação de drinques a base do grão. A rede também pretende começar a oferecer bebidas preparadas no sistema “french press”, que é a forma usada para apreciação de bebidas com “denominação de origem controlada” , como no vinho. Segundo Isabela, existem outros nichos de mercado que podem ser explorados, como o de jovens.


“O Brasil já não é mais o país que produzia o melhor café do mundo, mas onde se bebia o pior café do mundo”, diz José Renato Gonçalves Dias, diretor da Fazenda Sertãozinho, que pertence ao empresário Roberto Irineu Marinho. A fazenda ganhou o primeiro lugar, em 2006, no concurso “Late Harvest”, da associação de cafés especiais da Europa.
 
 

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