Pesquisa realizada pelo Centro de Ecofisiologia e Biofísica, do Instituto Agronômico de Campinas (FAHL, 2000), indica que o café pode ser classificado como uma espécie de sombra facultativa. Os resultados mostram que numa região mais quente, numa altitude menor, recomenda-se a arborização, para reduzir os picos de temperatura, reduzir a média máxima, além de elevar as temperaturas mínimas e diminuir o déficit de água. Em regiões com risco de incidência de geadas, os resultados do sombreamento são animadores. Em lavouras em fase de implantação – como mostra a experiência do colega da EMATER-PR, Eng. Agr. Renzo Hugo – mudas de guandu plantadas nos dois lados da muda de café, proporcionaram uma elevação de até 40 acima do ambiente desprotegido, durante a noite, protegendo eficientemente contra geada.
Outra constatação é a de que a arborização deve ser parcial, para evitar redução de luminosidade e competição por água e nutrientes. Experiências práticas com espécies como a seringueira, acácia, ingazeiro, abacateiro, pupunha, banana, côco têm mostrado bons resultados. Segundo BASSO (1999), pode-se diminuir a insolação em 20-30% com seringueiras plantadas a cada 12 a 15 linhas de café, bem como aumentar a produtividade em torno de 20 %. Entretanto, as respostas ainda são insuficientes e é preciso mais investimento em pesquisa, para descobrir as melhores espécies para arborização, espaçamentos, grau de sombreamento mais adequado, influências do clima (altitude, latitude) segundo as regiões.
Em cafeeiros plantados em ruas largas (2 x 4 e 3 x 4 metros) é possível trabalhar com culturas intercalares como o feijão carioquinha ou amendoim por exemplo que – além da produção, ajudam a conservar o solo e funcionam como um adubo verde devolvendo nitrogênio para o solo. Alguns cereais como o arroz e milho, não são recomendáveis para a parceria pois concorrem em nitrogênio e água o que acaba enfraquecendo o cafeeiro. Sistemas extremamente adensados também podem limitar o crescimento do mato na rua e o consórcio com outras culturas, diminuindo assim a biodiversidade, fundamental para o equilíbrio de pragas e doenças e manutenção da fertilidade do solo. |