Café: NY volta a fechar em alta e contrato setembro atinge 181,25 cents

26 de fevereiro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

26/02/2014

O mercado do café arábica voltou a fechar em alta na Bolsa de Nova Iorque nesta quarta-feira (26). No fechamento, o vencimento maio ficou em 177,70 centavos de dólar / libra peso, com alta de 145 pontos. O vencimento setembro fechou em 181,25 centavos de dólar / libra peso, com 120 pontos de alta.

Já os contratos para entrega em dezembro ficaram em 182,55 centavos dólar / libra peso, com alta de 100 pontos. Para este vencimento, a máxima do dia foi de 182,80 centavos de dólar por libra peso e a mínima foi de 176,50.

As altas vieram após um dia volátil, em que o contrato para entrega em maio registrou desvalorização de 375 pontos em relação ao fechamento anterior.

Gil Carlos Barabach, analista do Safras e Mercado, afirma que o cenário ainda é de incertezas. “Mercado está esperando uma novidade, uma confirmação climática para tomar um rumo… Se vier chuva em volume satisfatório, o mercado pode corrigir as altas e cair um pouco. Caso contrário, pode subir mais um degrau de alta”.

Outro fator que irá determinar os preços do arábica, segundo Barabach, é a demanda da indústria pelo café pela indústria e se a safra brasileira será suficiente para suprir esta demanda.

No mercado físico, o café tipo 6, bebida dura, registrou queda de 2,5% em Patrocínio-MG, fechando em R$ 390 a saca e em Maringá-PR, que recuou 4,23% e fechou em R$ 340 a saca.

Leia abaixo mais informações sobre o mercado de café (Fonte: Clipping CNC)

Na Reuters: MG registra até 45% de café chocho em algumas áreas por seca, aponta estudo

Enquanto a exata dimensão dos expressivos prejuízos causados pela seca aos cafezais de Minas Gerais ainda é incerta, um estudo do governo mineiro aponta para problemas de qualidade em boa parte do café arábica da principal região produtora do Estado, com índices de até 45 por cento de grãos chochos (foto: Rede Social do Café) em algumas áreas.

O estudo da Epamig, da Secretaria Estadual de Agricultura, indicou o maior índice de grãos chocos – avariados ou secos – em fazenda do governo em Três Pontas, no Sul de Minas Gerais, região que é a principal produtora do Estado que responde por cerca de metade da produção do Brasil, líder global no mercado de café.

Depois de Três Pontas, com um índice de grãos chochos de 45 por cento, a pior situação foi verificada em Machado, também no Sul de Minas, com 25 por cento de café de qualidade inferior; São Sebastião do Paraíso (Sul de Minas) registrou 20 por cento; Lavras, 12 por cento; e Patrocínio (Cerrado Mineiro), 7,7 por cento.

Em anos normais, o teste apontaria menos de 5 por cento de frutos chochos.

“Essa é a uma visão da situação atual, ela pode ser amenizada ou agravada… Se as chuvas retomarem, o que perdeu está perdido, mas pode amenizar para 2015, porque ainda temos pelo menos 60 dias de crescimento vegetativo (para a próxima safra)”, disse o coordenador do programa de Cafeicultura da Epamig, Gladyston Carvalho, em entrevista à Reuters.

As preocupações com o tamanho da safra do Brasil levaram os preços do café arábica na bolsa de Nova York a uma máxima de mais de 16 meses nesta terça-feira, a 1,8125 dólar por libra-peso.

Os volumes de chuvas previstos para as principais regiões produtoras de Minas Gerais variam de 1 a 3 milímetros, por dia, até o início do próximo mês.

As amostras de café do estudo foram obtidas em fazendas da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em regiões que representam 75 por cento da produção do Estado.

“O Sul de Minas foi muito afetado”, acrescentou Carvalho, referindo-se à região que produz cerca de metade do café do Estado.

Antes da seca, a safra de café do Brasil havia sido estimada, em média, em 48,3 milhões de sacas de 60 kg, com o Sul de Minas respondendo por 13,7 milhões de sacas, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O pesquisador explicou que o teste de qualidade do café realizado pela Epamig foi relativamente simples.

Os pesquisadores colocaram os grãos em uma vasilha com água, e aqueles que boiam estão chochos (ou só tem café de um lado, ou não tem nada –só a casca– ou tem café pouco desenvolvido, mal formado).

Esse tipo de café de qualidade inferior, quando comercializado, remunera menos os produtor. O agricultor ainda pode ter gastos na colheita para colher um café sem polpa, sem valor comercial.

Embora tenha evitado fazer previsões, acreditando que um volume de colheita só poderá ser efetivamente aferido quando o produto estiver beneficiado, o pesquisador disse que é “fato concreto” que a safra nacional terá uma redução de 10 por cento, considerando números do Sul de Minas.

“É muito cedo para falar quanto vai colher, o fato é que afetou. Está comprometida a qualidade também, isso está sendo amenizado em função dos preços, mas nem todo mundo tem café para vender”, afirmou Carvalho. Ele disse que a Epamig fará mais dois levantamentos do gênero.

Segundo o pesquisador, apesar da seca, o Brasil ainda produzirá café de qualidade, mas a proporção será menor na comparação com anos anteriores.
 

Na Agência Safras: Café: chuva pode recuperar plantas, mas só para o ano que vem – Coopemar

A região da Cooperativa de Cafeicultores de Marília (Coopemar), localizada na Alta Mogiana, em São Paulo, recebeu mais precipitações esta semana, mas em quantidades heterogêneas. “Teve lugar em que choveu 60 milímetros e em outros 40 ou 30”, afirma o engenheiro agrônomo Aurélio Giroto. “Se o tempo melhorar e continuar chovendo, pode haver recuperação da planta para a produção do ano que vem”, explica.

No entanto, para este ano o que já foi prejudicado permanece do mesmo jeito e não há mais o que fazer para reverter a situação, segundo Giroto. As temperaturas também melhoraram e estão mais amenas, na faixa dos 28 graus. Para este final de semana há previsão de mais chuva, mas a quantidade é desconhecida.

A produção de Marília e Garça é estimada entre 450 e 480 mil sacas para esta temporada, contra projeção inicial de 700 mil sacas antes de a estiagem afetar as lavouras.

Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Bellei

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