CAFÉ: NY SUPERA US$ 2,00 POR LIBRA-PESO
A semana foi marcada por fortes altas no mercado internacional do café. As cotações do arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures), que baliza as cotações no mundo, superaram a importante marca até \”psicológica\” dos US$ 2,00 por libra-peso. Preocupações com as safras da Colômbia e América Central e a necessidade de compra de grandes torrefações em um mercado com oferta apertada determinaram as elevações nos preços. No Brasil, o café arábica bebida boa, dura tipo 6, chegou a atingir a casa dos R$ 350,00 a saca nesta quinta-feira (20/10).
Apenas na segunda-feira (18/10), o mercado teve baixas em NY, em meio a realização de lucros. Na terça-feira (19/10), NY no contrato dezembro fechou com alta de 2,8%, e os ganhos estiveram ligados a preocupações com perdas na safra colombiana devido às consequências do excesso de chuvas, com notícias de doenças fúngicas atingindo os cafezais.
Quarta-feira (20/10) o mercado subiu mais 3,1%, dessa vez acompanhando ganhos de outras commodities em um dia de queda do dólar contra outras moedas. Já na quinta-feira (21/10), o mercado voltou a falar de problemas na safra da Colômbia. Além disso, preocupações com a passagem de uma nova tempestade tropical no Caribe deram suporte a ganhos, diante dos temores com possíveis perdas nas lavouras em países da América Central. Na quinta, a ICE Futures registrou alta de 2,2% no fechamento.
Além disso, o Hemisfério Norte vai chegando na temporada de frio, quando grandes nações consumidoras da Europa e também os Estados Unidos consomem mais café. E os grandes torrefadores acabam tendo de acirrar suas aquisições, enquanto o mercado ainda mantém oferta enxuta, principalmente para cafés de alta qualidade, com a colheita das safras da Colômbia e América Central devendo se intensificar mesmo a partir de novembro.
No balanço semanal da ICE Futures até esta quinta-feira, o contrato dezembro passou de US$ 1,86 por libra-peso no fechamento da semana passada para US$ 2,01 nesta quinta-feira (21/10), acumulando valorização de 7,8%.
No mercado físico brasileiro de café, as cotações acompanharam a elevação de NY, com o dólar também ajudando, já que a moeda americana subiu de R$ 1,66 para R$ 1,70 (alta de 2,2%) na semana. Os produtores aproveitaram o momento e venderam um pouco mais durante o período de altas. No balanço semanal, tomando por referência o sul de Minas Gerais, o café arábica bebida dura em 15 de outubro (sexta-feira passada) estava cotado em R$ 325,00 a saca, e subiu para R$ 342,00 nesta quinta-feira (21/10), com elevação de preço no período de 5,2%.
Comercialização
A comercialização da safra de café do Brasil 2010/11 (julho/junho) fechou o mês de setembro em 51%. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, com base em informações colhidas até 30 de setembro. O mês de agosto havia fechado com comercialização da safra nova 2010/11 de café em 41%.
Com isso, já foram comercializadas pelos produtores brasileiros 27,60 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2010/11 de café brasileira de 54,6 milhões de sacas.
A comercialização está adiantada em relação a igual período do ano passado, quando 45% da então safra 2009/10 estava negociada.Inicio