14/10/2014
Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou esta terça-feira (14) recuperando os ganhos da sessão anterior. A bolsa americana segue influenciada pela questão climática no Brasil com altas temperaturas e a seca que perdura desde o início do ano.
O contrato dezembro/14 registrou 221,90 cents de dólar por libra peso com alta de 380 pontos, o março/15 anotou 225,75 cents/lb com valorização de 375 pontos. O maio/15 encerrou a sessão cotado a 227,60 cents/lb com elevação de 380 pontos e o julho/15 teve 365 pontos positivos com 228,70 cents/lb.
A cada dia que passa os produtores de café ficam mais preocupados com a produção para a próxima safra. A atual já representa quebra em grande parte das cidades produtoras.
De acordo o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, a quebra no Sul de Minas — importante região produtora de arábica —, deve ficar entre 25% e 30%. Em contrapartida, segundo dados da Euromonitor International, o consumo deve café deve aumentar cerca de 2,5% neste ano.
Segundo mensagem enviada pela produtora Janaina Aparecida Proença Faria de Passos-MG, a situação na região é crítica. “Os cafezais estão murchos que dá para desanimar, não tem como ter produção em 2015”. Com a situação vista na região, Janaina acredita em preços mais altos em pouco tempo.
É o que também acredita o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. “A questão climática vem deixando as bolsas internacionais com uma dificuldade enorme de entrar em tendência de baixa”, afirma.
Segundo o analista, o mercado vem apresentando um processo de consolidação do atual espaço de trabalho e assim, emoções no front, já são dadas como certas. “Para amanhã é possível que este cenário recheado de expectativa e ansiedade permaneça deixando as cotações e os envolvidos no limite da ansiedade”, diz Magalhães.
De acordo com o analista, não há previsão de chuvas representativas, nem generalizadas pelo menos até o final do mês.
Mercado interno
De acordo com Marcus Magalhães, o dia no mercado foi calmo com poucos negócios sendo realizados. “Há uma queda de braço entre compradores e vendedores, já formada, sem haver, por enquanto, um vencedor”, diz.
Segundo o produtor rural de Três Corações-MG, José Olavo Vasconcellos Filho, nas últimas semanas há uma alta nos preços de comercialização do café. No entanto, grande parte os produtores não estão se beneficiando porque já comercializaram quase toda a produção quando o preço estava mais baixo. A saca de 60 kg está sendo vendida por cerca de R$ 550,00 na região.
O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou baixa na segunda-feira (14) e está cotado a 503,09 a saca de 60 kg — desvalorização de 0,78%.
Tipos 4/5 e 6/7 registram alta na BM&F Bovespa
As cotações do café arábica tipo 4/5 tiveram alta na sessão desta terça-feira (14) na BM&F Bovespa. O vencimento dezembro/14 encerrou o dia cotado a US$ 252,00 a saca de 60 kg com alta de 1,78%, o março/15 teve 1,38% de valorização com US$ 257,00 e o setembro/15 anotou US$ 277,90 a saca com 1,98% de alta. O tipo 6/7 também registrou alta na bolsa brasileira, o contrato dezembro/14 anotou US$ 238,00 a saca de 60 kg com alta de 0,85%.
Fonte: Notícias Agrícolas // Jhonatas Simião