25/03/2015
Nesta quarta-feira (25), as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com alta acentuada após recuar por três sessões consecutivas. Até o meio-pregão houve intensa volatilidade com os futuros oscilando nos dois campos. Mas ajustes técnicos e a estimativa de safra da FCStone que prevê queda na produção de café nesta temporada impulsionaram os ganhos.
O contrato maio/15 fechou a sessão com 139,95 cents/lb, o julho/15 anotou 143,20 cents/lb e o vencimento setembro/15 registrou 146,20 cents/lb, ambos com alta de 265 pontos. O vencimento dezembro/15 registrou 150,20 cents/lb com 270 pontos de avanço.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o dia no mercado foi de ajustes de rotas nas principais variáveis mercadológicas do café. “Hoje, tanto as bolsas de Nova York e Londres quanto o dólar, operaram em alta deixando os patamares em questão melhores posicionados, para enfrentar o cenário à frente. Resultado, Nova York subiu em recompras técnicas voltando a orbitar o suporte dos 140,00 cents/lb”, diz o analista.
Informações de agências internacionais também dão conta que a divulgação da INTL FCStone neste momento de recuperação acabou sustentando o mercado.
Segundo a consultoria, a safra de arábica nesta temporada deve ficar entre 32,5 milhões e 33,5 milhões de sacas e a de robusta em 11,5 milhões a 12 milhões de sacas.
No total, a FCStone prevê que a safra de café do Brasil, maior produtor global, “deve ficar perto de” 44 milhões a 45,5 milhões de sacas de 60 kg em 2015 contra as 48 milhões a 49 milhões em 2014. As informações são da Reuters.
Vale lembrar que na quinta-feira passada (19), em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Carlos Paulino, informou que a produção de café deve ficar abaixo da necessidade de consumo interno e exportação neste ano se comparar as estimativas recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de janeiro que prevê safra entre 44,11 milhões e 46,61 milhões de sacas de 60 kg, e a divulgada recentemente pela Fundação Procafé em conjunto com o Conselho Nacional do Café (CNC) que estima uma safra de café entre 40,3 milhões e 43,25 milhões de sacas.
“Se levarmos em conta este cenário, de qualquer forma vai faltar café. No ano passado foram 56 milhões entre exportação e consumo interno e esse ano os técnicos calculam exportação de 33 milhões com mais 20 milhões de consumo interno, aí já são 53 milhões de sacas. De modo que se produzir 42 ou 45 milhões de sacas já vai haver um déficit”, explicou.
Nas últimas semanas, o mercado foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante o real. A moeda norte-americana mais valorizada ante a brasileira sempre pressiona as commodities, pois torna as exportações mais atrativas. Por outro lado, os custos de produção para o produtor aqui no Brasil ficam mais altos.
Hoje, a moeda norte-americana fechou com alta 2,42%, cotada a R$ 3,2034 na venda. O mercado do dólar repercutiu o anúncio do Banco Central de que não renovará o programa de oferta diária de swaps cambiais.
Leilão Conab de venda de café
Terminou sem arremates o leilão eletrônico de venda de café (aviso número 038/2015) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que aconteceu na manhã desta quarta-feira (25), às 9h (horário Brasília), por meio do Sistema Eletrônico de Comercialização da Conab – SEC.
Foram ofertados 2.448.578 kg de café em grãos, ensacado e divididos em 114 lotes que estão em armazéns da Conab em Minas Gerais (1,45 mil t), Espírito Santo (926 t) e Goiás (73 t). Os produtos colocados a venda da variedade arábica são das safras 2002/2003, 2008/2009 e 2009/2010.
Mercado interno
Para Magalhães, as praças de comercialização continuam operando aquém das necessidades e assim, a ansiedade dos envolvidos testa, dia a dia, novos limites.
O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 558,00 e avanço de 3,91%. Foi a maior variação no dia.
O tipo 4/5 também teve maior valor em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 546,00 e alta de 3,80%. Foi a oscilação mais expressiva dentre as praças de comercialização.
Para o tipo 6 duro, a cidade com maior valor de negociação foi Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 493,00 e alta de 4,23%. Também foi a maior variação de hoje.
Na terça-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 1,13% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 452,37.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas