11/11/2014
A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou esta terça-feira (11) com alta. Durante quatro sessões seguidas as cotações ficaram no campo negativo com chuvas e a floração do café em algumas cidades produtoras.
O vencimento dezembro/14 registrou 183,85 cents de dólar por libra peso com alta de 245 pontos, o março/15 anotou 188,75 cents/lb com avanço de 305 pontos, o maio/15 teve 191,20 cents/lb e o julho/15 encerrou a sessão com 193,40 cents/lb, ambos com valorização de 295 pontos.
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os investidores continuam monitorando o clima no Brasil e seus desdobramentos nas lavouras. No entanto, mesmo com a alta as oscilações ainda são curtas.
“O mercado no curtíssimo prazo, nas bolsas, não consegue decolar. Enquanto o setor especulador não tiver a real dimensão das recentes chuvas e sua respectiva abrangência, dificilmente, as cotações nos terminais conseguirão esboçar reação positiva em suas volatilidades”, afirma o analista.
Com relação ao cenário climático, Magalhães afirma que mais uma vez a moldura da chuva vem cedendo lugar ao calor e tempo seco. “A previsão é de que a segunda quinzena de novembro volte a sofrer com a estiagem e isso, poderá dar as cotações vigentes em futuro de curtíssimo e curto prazo uma sobrevida bem interessante”, diz.
De acordo com mapas climáticos da Somar Meteorologia, uma frente fria atua na Bahia e deve trazer chuvas concentradas para a Zona da Mata. A partir de amanhã, pancadas de chuva mais abrangentes cobrem São Paulo e Minas Gerais. No entanto, na sexta-feira essas precipitações voltam a se concentrar sobre a parte norte do Sudeste. Mais ao sul, o tempo abre e devemos ter um período de tempo mais seco nos próximos dias.
As chuvas que induziram a florada do café, principalmente em Minas Gerais, não tiveram boa distribuição, mas ainda assim contribuíram muito para a última florada e devem beneficiar a formação dos chumbinhos. É o que afirma o fisiologista da Universidade Federal de Viçosa, Alemar Braga Rena. “As chuvas de agora vão salvar os chumbinhos. Mas o grande problema é a má uniformidade da floração, algumas cidades ainda não tiveram a florada. Então teremos uma colheita atrapalhada”, explica. A colheita desuniforme gera custo maior para o produtor.
Mercado interno
O mercado continua travado pelos mesmos fatores, o produtor se nega a vender o café pelo preço ofertado. “No lado interno a sensação é de férias coletivas. Não há liquidez nas praças de comercialização deixando os preços vigentes independente de dólar ou bolsa, firmes e praticamente, sem negócios”, diz Marcus Magalhães.
O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou baixa de 0,36% na segunda-feira (11) e está cotado a R$ 449,46 a saca de 60 kg.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-SP, onde a saca está cotada a R$ 550,00 com valorização de 1,85%. O tipo 4/5 de café arábica também anotou maior na cidade com R$ 540,00 a saca e alta de 1,89%. O tipo 6 duro também teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 487,00 a saca de 60 kg e alta de 2,10% em relação ao dia anterior.
Tipo 4/5 registra campo misto na BM&F
As cotações do café arábica tipo 4/5 fecharam no campo misto na BM&F Bovespa. O vencimento dezembro/14 encerrou o dia com US$ 216,90 a saca de 60 kg e alta de 0,79%, o março/15 anotou US$ 219,90 e valorização de 0,71% e o setembro/15 teve baixa de 0,52% cotado a US$ 231,80 a saca. Para o tipo 6/7 não houve negócios.
Robusta fecha no campo misto
As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) fecharam no campo misto nesta terça. O contrato novembro/14, mais próximo, está cotado a US$ 2.017,00 por tonelada com desvalorização de US$ 5 por tonelada e o janeiro/15 teve US$ 2.031,00 por tonelada com alta de US$ 8 por tonelada em relação à sessão anterior.
Veja as cotações completas de café nesta terça-feira (11).
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas