Café: Negócios lentos no mercado interno brasileiro mesmo com colheita e recuperação dos preços

Na sexta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 458,95 com alta de 0,43%.

O mercado interno do café arábica segue com negócios lentos nas principais praças de comercialização do Brasil, apesar da colheita já acontecer em algumas regiões produtoras e com os preços do grão tendo alguns picos de alta no final da semana passada. Na sexta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 458,95 com alta de 0,43%.


“Os negócios com o arábica seguem lentos e ainda tem pouco café novo disponível no mercado. A busca dos compradores neste momento é por cafés desse tipo. Do outro lado, os produtores seguem descontentes com os atuais patamares de preço”, explica o analista de café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). As incertezas econômicas e políticas no Brasil também assustam os produtores.


Já no conilon, são vistas mais transações no mercado, com as indústrias demandando tipos mais novos e ofertas sendo vistas. Na sexta-feira, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta, tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 419,18 com avanço de 1,30%.


De acordo com estimativa da consultoria Safras & Mercado, até o dia 23 de maio a colheita da safra 2017/18 do Brasil estava em 15%. Na semana passada, a colheita estava em 11%. Levando em conta a estimativa da consultoria, de produção de 51,1 milhões de sacas de 60 kg neste ano no Brasil, já foram colhidas pelos produtores 7,44 milhões de sacas.


Segundo Ribeiro, as chuvas nos últimos dias atrapalharam o andamento dos trabalhos no campo, conforme reportaram colaboradores do Cepea. Também houveram relatos de queda do grão em regiões de São Paulo e Minas Gerais, assim como a preocupação com a qualidade devido à maior umidade. Há previsões de leves chuvas paras os próximos dias em algumas regiões.


Ainda não é possível saber os impactos dessas variáveis nos preços futuros do café no país porque também se deve levar em conta o câmbio e a questão política. Porém, segundo Ribeiro, o mercado já assimila que a safra deve ser relativamente melhor do que se esperava inicialmente. “Acredito que é possível que o mercado ainda caminhe de lado nos próximos dias”, ressalta.


O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com alta de 1,98% e saca cotada a R$ 515,00. Poços de Caldas (MG) teve a maior oscilação no dia dentre as praças com alta de 2,48% e saca a R$ 496,00.


O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 472,00 e alta de 1,07%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.


O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 470,00 a saca e estabilidade. A oscilação mais expressiva no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,55% e saca a R$ 458,00.


A Bolsa de Nova York (ICE Futures US), principal referência para os negócios com o café arábica no mundo, não funcionou nesta segunda-feira por conta do feriado Memorial Day. E em Londres, não houve negociações na ICE Futures Europe, antiga Liffe, para o café robusta devido ao feriado Spring Bank Holiday.


Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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