Café não busca resistências e volta a registrar recuo na ICE

12 de dezembro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

12/12/2013

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram um dia de descontinuidade do cenário de alta do pregão passado.

Nesta quarta-feira, os preços flutuaram no lado positivo da escala na maior parte do dia, entretanto, com a influência negativa de Londres e com algumas vendas ao final do período de negociações, as baixas voltaram a dar as caras e o encerramento mostrou o março abaixo dos 110,00 centavos de dólar, mais uma vez. As arbitragens, que deram uma boa sustentação para as cotações ao longo da terça-feira, não foram predominantes no dia. Londres teve uma quarta com fortes realizações de lucros e, assim, os arábicas em Nova Iorque não conseguiram ampliar os ganhos. Ao longo da manhã e de parte da tarde, o março flutuou entre 110,00 e 111,00 centavos de dólar, mas algumas ordens de vendas mais efetivas fizeram com que as altas modestas não se sustentassem.

O dia foi técnico, sem grandes novidades, com os players continuando a se mostrar focados na questão das arbitragens, que podem, no curto prazo, dar alguma sustentação para as cotações. O mercado continua a se mostrar pressionado com a perspectiva da disponibilidade ampla. Produções de países como Brasil, Vietnã e Colômbia se mostram muito consistentes, diante de uma demanda que cresce apenas pontualmente. Desde maio de 2011, o café vem uma escala de retração, tendo, ao longo de novembro, atingido sem menores patamares dos últimos 85 meses.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve perda de 55 pontos, com 109,70 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 111,45 centavos e a mínima de 109,35 centavos, com o maio registrando desvalorização de 50 pontos, com 112,00 centavos por libra, com a máxima em 113,70 centavos e a mínima em 111,60 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve queda de 59 dólares, com 1.790 dólares por tonelada, com o março tendo retração de 46 dólares, para o nível de 1.747 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia na bolsa nova-iorquina foi marcado por uma volatilidade mais contida e pela frustração dos bulls (altistas), que esperavam fazer com que o nível de 112,80 centavos de dólar pudesse ser testado. Com realizações mais agressivas em Londres, o viés das arbitragens conteve as altas e assim essa primeira resistência falhou, o que não permitiu que novos stops, tais quais os verificados na terça-feira, pudessem ser acionados. No segmento externo, as bolsas de valores nos Estados Unidos caíram consideravelmente, ao passo que o dólar não avançou em relação a uma cesta de moedas internacionais. No segmento de commodities, dia de perdas par ao petróleo (mais de 1%) e ouro. As matérias-primas softs, com exceção do café, tiveram um dia de valorização.

“Tivemos uma sessão relativamente tranqüila. Não avançamos a ponto de buscar as primeiras resistências, mas as perdas ao final do dia foram apenas pontuais. Alguns players avaliam que o março possa buscar novamente se equilibrar próximo dos 110,00 centavos, conseguindo, assim, ficar acima das mínimas de 85 meses, porém sem avançar de forma mais firme. As arbitragens, no curto prazo, devem balizar esse comportamento ou permitir avanços mais significativos”, disse um trader.

O volume de café exportado pelo Brasil apresentou um crescimento de 11,4% de janeiro a novembro (28.281.834 sacas) em relação ao mesmo período de 2012. Já a receita registrou uma queda de 17,9% na mesma base comparativa, fechando em 4,733 bilhões de dólares. As informações são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. O mês de novembro registrou um volume total de 2.552.238 sacas, entre verde, solúvel e torrado e moído, que representa uma queda de 10,3% se comparado ao mesmo mês em 2012 (2.843.851 sacas). A receita teve uma queda de 39,2% em relação à registrada em novembro do ano passado, fechando em 361,611 milhões de dólares. Considerando a qualidade do café, o levantamento mostra que de janeiro a novembro de 2013 a variedade arábica respondeu por 84,9% das vendas do país, o solúvel por 10,7%, o robusta, por 4,3%, e o torrado e moído por 0,1% das exportações.

As exportações brasileiras no mês de dezembro, até o dia 10, totalizaram 569.370 sacas de café, alta de 19,42% em relação às 476.775 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 598 sacas, indo para 2.665.468 sacas.

Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência em 111,45-111,50, 112,00, 112,50, 112,90-113,00, 113,50, 114,00, 114,50, 114,90-115,00, 115,50, 116,00, 116,50, 117,00 e 117,50 centavos de dólar, com o suporte em 109,35, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50, 107,00, 106,50, 106,00, 105,80, 105,65, 105,50, 105,10-105,00, 104,50, 104,15, 104,00, 103,50 e 103,00 centavos.

Fonte : Agnocafe

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