fonte: Cepea

Café na região da Cocamar sentiu menos do que o esperado com a geada

De um modo geral, ainda é cedo para avaliar a real extensão das perdas ocorridas nas lavouras de café com as geadas registradas no início de julho no Paraná.

Por: Campo & Negócios

31/07/2019
A primeira impressão, entretanto, é que os prejuízos foram menores do que os esperados inicialmente na área de atuação da Cocamar. Segundo Tarcísio Andrade Machado, técnico agrícola especialista em café da unidade de Apucarana, região mais atingida da cooperativa, a expectativa é que as perdas de produtividade na próxima safra fiquem entre 15% a 20%. “Nas regiões mais baixas, o cafezal sentiu mais, mas há muitas lavouras em que a requeima das folhas foi superficial, atingindo mais o ponteiro e as pontas das ramas”.

A recomendação é monitorar e esperar a rebrota das plantas para avaliar a real extensão dos danos. “As lavouras estão em processo de desfolha, tanto por causa da colheita como da geada. Só no final de agosto e início de setembro, com a retomada das chuvas e início da rebrota, é que poderemos avaliar a situação das plantas e verificar quais medidas serão necessárias ou que tipo de poda”, afirma Tarcísio.

SAPECOU – Na principal região produtora de café do Paraná, Carlópolis, responsável por 15% da produção paranaense, os danos da geada foram de baixa intensidade, “nada que vá limitar a produtividade na próxima safra. Se houver perdas por causa da geada, não serão maiores do que 5%”, comenta Elton Portes Gonçalves, técnico agrícola especializado em café no município.

A mesma situação se repete na região de Altônia, Iporã e São Jorge do Patrocínio. “Poucas lavouras foram atingidas. No geral, só sapecou as folhas de cima”, diz Cleverson Roder, técnico agrícola especialista em café que atende a região. “As lavouras foram muito mais afetadas pela estiagem ocorrida no final de 2018 e início de 2019. Aqui foram 63 dias sem chuvas e com muito calor. Teve lavouras em que a temperatura no nível do solo atingiu mais de 64ºC”, acrescenta Cleverson.

COLHEITA – Com 95% da safra colhida nestes três municípios, o técnico agrícola aponta que a produtividade média deve ficar em 15 sacas por hectare, quando a média normalmente é de 22 a 25 sacas. “Além de pequenos, os grãos ficaram mais leves e a maturação foi bastante desuniforme, prejudicando a qualidade, devido às sete floradas ocorridas no ano passado, enquanto o normal são duas”, comenta.

Com a colheita praticamente finalizada em Carlópolis, Elton diz que a região também sofreu mais com a estiagem e as altas temperaturas, com reflexos na colheita em andamento. “A quebra de produtividade deve ser de 30% a 40%, reduzindo de uma média de 40 sacas por hectare para 26 sacas. As quatro a cinco floradas ocorridas também interferiram na qualidade dos grãos”, avalia o técnico. Mas para a próxima safra, a aposta é em bons resultados, se o clima ajudar até o final. “As lavouras esqueletadas no ano passado apresentam bom desenvolvimento vegetativo e grande capacidade produtiva, e encerrada a colheita, vamos esqueletar os talhões que produziram este ano”.

BROCA – A colheita da safra atual está bastante atrasada na região de Apucarana. Só foram colhidos cerca de 60% da área total e a produtividade média também mostra o efeito das estiagens e das múltiplas floradas. “Devemos fechar com uma média de 25 a 27 sacas por hectare, em vez das 30 a 33 sacas normalmente colhidas. E pior do que a estiagem foi o ataque de broca, que reduziu a renda dos grãos, deixando-os mais leves, além da perda de qualidade”, ressalta.

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