Café na estrada e dinheiro no hotel

Sucedendo a Dorvalina e Badico Milléo na pensão (1939), Basílio Carneiro Franco fez um depósito no porão para refrescar as bebidas; punha as garrafas no meio da serragem (ou areia) úmida misturada com sal. Na década de 40, o estabelecimento muda o nome de ”Pensão Gruta Azul” para ”Hotel Cruzeiro do Sul”, abastecido por água de mina e de rio e iluminado por lampiões Petromax a gasolina. E oferece um anexo de bebidas importadas.


Em 1960 já tem uma geladeira a querosene, a iluminação é de lampiões e de geradores a motor. Os chuveiros são latões suspensos por corda e a água vem do Rio Tigre – três, quatro tambores de cada vez transportados em carroça. ”E ninguém ficou doente, ninguém pegou cólera”, lembra Amine.


Hotel aberto diuturnamente, o espaço da praça (em frente) é livre para estacionamento de veículos, às dezenas. Só a Viação Ouro Branco tem dez horários por dia. ”Ô sofrimento, meu Deus”, relembra Amine. Em compensação, muito dinheiro. Semanalmente eram vendidas 100 caixas de cervejas e 100 de refrigerantes. ”O hotel recebia carga fechada de Ponta Grossa e tinha um empregado só para cuidar das garrafas.”


Em 1964, a energia elétrica chega a São Jerônimo. A esta boa nova sucede a inauguração da Rodovia do Café (25.7.1965), que absorve o tráfego da Estrada do Cerne, a seguir abandonada pelo governo. Quando a estrada recebe asfalto, nas décadas de 70 e 80, a cafeicultura e o ciclo regional do algodão já estavam em declínio. (W.S.)

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