CAFÉ: MERCADO MANTÉM-SE NO INTERVALO ENTRE 158 CENTS E 170 CENTS
O mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) manteve-se praticamente estável ontem, depois de desvalorização de quase 5% no dia anterior. Os participantes continuam atentos ao comportamento do clima e do câmbio no Brasil.
A Climatempo informa que chuvas devem ocorrer de forma isolada até o fim de semana em Minas Gerais, principal Estado produtor, por causa do avanço de uma nova massa de ar seco. No centro-sul do Estado, o acumulado deve ficar entre 40 mm e 60 mm. Entre os dias 15 e 19, o avanço de uma frente fria pelo Sudeste provoca grandes volumes de chuva no sul, oeste e noroeste mineiros. “Nessas áreas o acumulado de água fica entre 100 mm e 150 mm, enquanto nas demais, entre 30 mm e 40mm”, prevê a Climatempo.
Apesar da previsão de chuvas, uma parte dos analistas considera que os estragos aos cafezais já estão dados, já que o potencial produtivo da safra 2015 estaria comprometido. Os grãos, cuja colheita deve começar entre abril e maio, tendem a ser menores por causa da falta de água, entre outros problemas. Outra parte dos analistas avalia, no entanto, que as previsões de catástrofe na oferta de café pelo Brasil estão longe de ocorrer. Ao contrario do ano passado, têm chovido nas áreas produtoras, mesmo que de forma irregular e abaixo da média.
Segundo a consultoria Pharos, gerenciamento de risco em commodities, as chuvas retornaram às lavouras em fevereiro e trouxeram grande alivio aos produtores. No entanto, é difícil prever se a safra 2015/16, já prejudicada pelos ramos menores deste ano, também terão grãos menores por causa da janela de calor e pouca chuvas de meados de dezembro a janeiro, informa a Pharos.
Além do quadro climático, o comportamento do câmbio também provocado efeito sobre os preços das commodities, em geral. O fortalecimento do dólar tem pressionado os futuros de café, cotados na moeda norte-americana, já que a bolsa tende a corrigir essa diferença. Além disso, o dólar apresenta uma correlação inversa, ou seja, uma alta da moeda implica normalmente queda das commodities e vice-versa.
Outro fator que também pode ter segurado os preços do café na terça-feira é o mercado de opções. Ontem venceram as opções para março e operadores podem ter ajustado posição.
Com a aproximação dos feriados na semana que vem, participantes vão encerrando as rolagens de posição, antes do início do período de notificação de entrega do março, a partir da quinta-feira da semana que vem (19). O spread março/maio é o mais negociado. Na terça-feira, maio/15 já era o contrato com maior volume de contratos em aberto, totalizando 59.428 lotes. Março tinha em aberto 43.496 lotes, para um total geral de 173.921 lotes.
Pelos indicadores técnicos, o vencimento maio tem suporte a 161,80 cents. A resistência é de 166 cents; 172 cents e 180 cents.
Os futuros de arábica em Nova York andaram de lado ontem e acabaram encerrando com leve alta. Maio/15 subiu 5 pontos (0,03%) e terminou a 162,30 cents por libra-peso. A máxima foi de 164,20 cents (mais 195 pontos). A mínima alcançou 161,80 cents (menos 45 pontos).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro subiram ontem. Os negócios, porém, estão praticamente paralisados. Após recuar fortes 4% no dia anterior, o indicador Cepea/Esalq do Café Arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, avançou 2,42% em relação ao dia anterior, a R$ 475,00/saca de 60 kg. O dólar ficou em R$ 2,87, valorização de 1,4% na mesma comparação.
As cotações do robusta continuam avançando no mercado interno, com o indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, batendo novo recorde, a R$ 305,91/saca de 60 kg, avanço de 0,49% em relação ao dia anterior. O indicador do robusta tipo 7/8, bica corrida, foi de R$ 294,44/saca, alta de 0,48% em igual período – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo. Ainda assim, as vendas são fracas, por causa da retração de produtores, que estão à espera de valores ainda maiores.